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PF encontra no celular de Bolsonaro pedido de asilo político ao presidente da Argentina

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De acordo com as investigações, o documento poderia ser usado para viabilizar a fuga de Bolsonaro.

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AGÊNCIA BRASIL — A Polícia Federal (PF) encontrou no celular de Jair Bolsonaro um documento no qual o ex-presidente cogitou a possibilidade de pedir asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.

O ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 48 horas para a defesa de Jair Bolsonaro prestar esclarecimentos sobre o documento.

Documento mostra pedido de asilo de Bolsonaro a Milei
Reprodução de documento encontrado pela PF que mostra pedido de asilo de Jair Bolsonaro a Milei

O documento foi encontrado no aparelho do ex-presidente, que, no mês passado, foi alvo de uma operação da PF determinada pelo ministro Alexandre de Moraes no inquérito que apura as sanções dos Estados Unidos contra o Brasil. 

De acordo com as investigações, o documento tem 33 páginas – sem assinatura e sem data – estava salvo no aparelho desde 2024, quando Bolsonaro foi acusado em outra operação.

“De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares”, diz um trecho do pedido de asilo.

Segundo a PF, o teor do documento revela que Bolsonaro, desde fevereiro de 2024, planejou atos para fugir do país, com o objetivo de impedir a aplicação de lei penal.

Nesta quarta-feira (20), mais cedo, Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram indiciados pelos crimes de crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

A decisão foi tomada após a PF concluir as investigações sobre a atuação de Eduardo junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo.

Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política. 

No atual processo, o ex-presidente é investigado por mandar recursos, via Pix, para bancar a estadia de seu filho no exterior. 

Viagem para Argentina

Segundo a PF, Bolsonaro viajou para participar da posse de Milei depois de realizar a última edição do documento de asilo que estava em seu celular. A edição ocorreu no dia 5 de dezembro de 2023. A viagem ocorreu entre 7 a 11 de dezembro.

De acordo com as investigações, o documento poderia ser usado para viabilizar a fuga de Bolsonaro.

“Os elementos informativos encontrados indicam, portanto, que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha em sua posse documento que viabilizaria sua evasão do Brasil em direção à República Argentina, notadamente após a deflagração de investigação pela Polícia Federal com a identificação de materialidade e autoridade delitiva quanto aos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito por organização criminosa”, disse a Polícia Federal.

Em mensagem obtida pela PF, Eduardo Bolsonaro chama o pai de ingrato

Os documentos, mensagens de texto e áudios trocados entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro, também mostram um clima de tensão na família diante da crise que se instalou entre o Brasil e os Estados Unidos após o tarifaço de 50%  imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump. 

O material faz parte do inquérito da Polícia Federal, divulgado nesta quarta-feira (20), que indiciou o ex-presidente e Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. 

Em uma conversa de 17 de julho, Eduardo critica o pai por uma entrevista dada por ele em que Bolsonaro chamou o filho de “imaturo”.  

“Graças aos elogios que você fez a mim no Poder 360 em dar mais uma porrada nele (Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo) para ver se você aprende, VTNC [Vai Tomar no Cu] SEU INGRATO DO CARALHO” , afirma Eduardo.  

Na conversa, Eduardo ainda reclama que vai ter que passar “o resto da vida nessa porra aqui [EUA]”. 

No dia seguinte, em outra mensagem, Eduardo pede desculpas ao pai porque estaria com raiva. E faz uma referência ao ex-presidente, Michel Temer, sobre como gostaria de ser tratado.  

“Quero que você olhe para mim e enxergue o Temer. Você falaria isso do Temer?”, questiona. 

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