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Delegado que foi diretor da PF no governo Lula é preso por corrupção

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Quando Bolsonaro sofreu a facada em Juiz de Fora, Teixeira era superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais.

Rodrigo de Melo Teixeira, ex-diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal e atual dirigente do Serviço Geológico do Brasil, foi preso nesta quarta-feira (17) durante uma operação da corporação que apura um esquema bilionário de corrupção envolvendo órgãos ambientais e empresas de mineração.

A prisão contrasta com a imagem pública de Teixeira, que em 2016 concorreu à Lista Tríplice para Diretor-Geral da Polícia Federal defendendo o fortalecimento do combate à corrupção e a ampliação das delegacias especializadas em desvios de verba pública.

Rodrigo de Melo Teixeira, que agora ocupava um cargo de direção do Serviço Geológico do Brasil, um órgão do governo federal, foi diretor da Polícia Federal durante parte do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse não é seu primeiro vínculo com gestões petistas: entre 2015 e 2016, ele foi secretário de Defesa Social de Minas Gerais na gestão de Fernando Pimentel (PT), que, por sua vez, foi ministro do Desenvolvimento durante o governo de Dilma Rousseff.

Quando Jair Bolsonaro sofreu a facada em Juiz de Fora, na campanha de 2018, Teixeira era superintendente da PF em Minas Gerais. Após a vitória de Bolsonaro, ele foi exonerado do cargo.

Segundo a investigação, o ex-diretor teria utilizado sua posição para beneficiar uma empresa de exploração de minério por meio de sua esposa, negociando participação societária e autorizações de exploração. Havia, inclusive, tratativas para a venda de sua parte na mina por R$ 30 milhões.

A Polícia Federal apura que Rodrigo de Melo Teixeira manteve negociações para comercializar direitos minerários da Topázio Imperial Mineração Ltda. com um grupo criminoso. A área em questão inclui a barragem de Água Fria, em Ouro Preto (MG), classificada entre as sete com maior risco de rompimento no país.

Durante o período em que ocupou cargo de liderança na PF, Rodrigo também teria influenciado a substituição do delegado responsável pela Operação Poeira Vermelha — deflagrada em 2020 contra a extração irregular de minério na Serra do Curral, em Belo Horizonte — favorecendo a organização criminosa investigada.

As apurações indicam ainda que Teixeira atuava como gestor de fato da empresa GMAIS Ambiental Ltda., de forma oculta por meio de outras pessoas jurídicas. A investigação identificou uma rede de mais de 40 empresas envolvidas na obtenção de licenças e exploração de minério em áreas tombadas e de risco, por meio de pagamento de propina, tráfico de influência, fraudes documentais e lavagem de dinheiro.

A Operação Rejeito, deflagrada nesta quarta-feira, cumpriu 22 mandados de prisão temporária e 79 de busca e apreensão em Minas Gerais.

A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em bens e a prisão preventiva de 17 investigados, entre eles Rodrigo de Melo Teixeira e o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Seabra.

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