O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi detido na madrugada desta sexta-feira (26), no Paraguai. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de prisão, Vasques foi preso no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, , quando tentava embarcar em um voo com destino a El Salvador.
A tornozeleira do ex-diretor deixou de emitir sinais de localização na madrugada do Natal — horas antes de ele ser preso no Paraguai com um passaporte falso.
Em informações enviadas ao ministro do STF Alexandre de Moraes, a Polícia Federal afirmou que Silvinei Vasques deixou a sua residência ainda na noite de quarta-feira (24), véspera de Natal — antes de a tornozeleira parar de funcionar.
As últimas imagens do ex-PRF indicam que ele deixou o condomínio em que mora, em São José (SC), por volta das 19h22 daquele dia.
Minutos antes, Silvinei carregou um veículo alugado com sacolas, rações e tapetes higiênicos para animais domésticos. Ele embarcou com um cachorro da raça pitbull. Depois disso, segundo a PF, o ex-diretor da PRF não foi mais visto.
Antes dos policiais federais, uma equipe da Polícia Penal de Santa Catarina também tentou localizar Silvinei Vasques.
Eles foram ao condomínio por volta das 20h10 e permaneceram até 20h25. Não tiveram sucesso, segundo relatório da PF enviado ao Supremo. “Foram até o apartamento do réu, nº 706- Bloco A, mas ninguém atendeu. Também foram até a vaga de garagem, nº 333, e a encontraram vazia.”
Os policiais federais foram acionados apenas às 23h do Natal. Eles foram à residência de Silvinei, repetiram o procedimento dos policiais catarinenses e também não localizaram o ex-PRF.
Condenado
No início deste mês, ele foi condenado, pelo STF, a 24 anos de prisão por participação na trama golpista.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Vasques participou de um grupo que coordenou o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro, ordenando que agentes da PRF realizassem blitzes com o objetivo de dificultar o trânsito de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva durante o segundo turno das eleições de 2022, realizado em 30 de outubro daquele ano.
Ainda segundo a PGR, Vasques também participou da reunião de 19 de outubro de 2022, na qual foi discutido o uso de operações da PRF para impedir o voto de eleitores no segundo turno. A ele é atribuída a frase “havia chegado a hora de a PRF tomar lado na disputa.”
Vasques foi preso preventivamente em agosto de 2023 e passou um ano detido até o ministro Alexandre de Moraes, do STF, lhe conceder liberdade provisória mediante o cumprimento de uma série de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e o cancelamento de seu passaporte.
Em reportagem publicada no site G1, a jornalista Andréia Sadi atribui ao atual diretor da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, a informação de que Vasques deixou o Brasil sem autorização judicial após romper a tornozeleira eletrônica que usava por determinação do STF. E que, ao ser abordado e preso pelas autoridades paraguaias, Vasques portava um passaporte paraguaio original com informações pessoais falsas.
Consultada, a PF não comentou as informações divulgadas pelo G1.




















