Tropa de choque da PM utilizou bombas de gás e balas de borracha para dispersar o movimento.Foto: Eduardo Knapp,Folhapress |
Um ato denominado pró-democracia, organizada pelas torcidas dos principais clubes de São Paulo, acabou em confusão na tarde deste domingo (31). Os torcedores criticavam Bolsonaro e pediam a defesa da democracia.
As torcidas dos clubes do Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, convocaram o ato de forma conjunta pela internet e foram para a Avenida Paulista, com faixas e cartazes, pouco antes do meio-dia.
Torcedores do Palmeiras em ato pró-democracia. Foto: Reprodução / Redes Sociais |
O protesto, que começou de forma pacífica, foi acompanhado de longe pela PM. Com gritos contra Bolsonaro inspirados em cânticos dos estádios, a confusão começou quando o grupo se confrontou com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que pediam o fim das medidas de distanciamento social durante a pandemia do novo coronavírus, a reabertura do comércio e protestavam contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso.
Logo em seguida começou o embate com a polícia.
Tudo isso em meio às medidas para tentar conter o avanço da Covid-19, num momento em que o Brasil torna-se o quarto do mundo com maior número de mortos pela doença.
Torcidas organizadas caminharam pela Avenida Paulista com faixa \”somos pela democracia\” — Foto: Roberto Casimiro/Foto Arena |
Houve discussões entre as partes, e a tropa de choque da PM utilizou bombas de gás e balas de borracha para dispersar o movimento. Eles revidaram com arremesso de pedras, lixeiras e rojões.
Durante o confronto, a avenida foi bloqueada.
A Polícia Militar designou mais de 200 policiais dos batalhões territoriais e especializados, como o BAEP, de Choque e do Trânsito para fazer a segurança de participantes e garantir a ordem nos atos iniciados por volta das 11h30 deste domingo (31), na Avenida Paulista. Durante os trabalhos, houve briga generalizada e a PM atuou para impedir o conflito entre os grupos antagonistas, diz nota da PM.
Segundo o coronel Álvaro Camilo, secretário executivo da PM de SP, por volta de 15h, não era possível afirmar quem iniciou a confusão.
Em entrevista à CNN, no início da noite deste domingo (31), o coronel Álvaro Batista Camilo, afirmou que pessoas que portavam bandeiras neonazistas foram o estopim do tumulto nas manifestações que aconteceram hoje na Avenida Paulista, em São Paulo.
O secretário-executivo não especificou de qual lado dos atos estavam essas bandeiras.
A polícia filma tudo, estamos filmando isso também, vamos passar para a Justiça e o Ministério Público para que se apure. Provavelmente, [o estopim] seja o pessoal ligado ao neonazismo, que acabaram começando, levando a esse tumulto, disse Camilo.
As imagens, os atos, analisando claramente vamos saber quem começou, disse. A Polícia vai agir agora para manter a ordem. Não interessa o grupo, não interessa o lado.
Por volta das 17h, a Polícia Militar informou que não havia mais registro de confrontos.