Moradores expulsaram os trabalhadores e na sequência atearam fogo ao galpão de lona onde os trabalhadores fariam a quarentena. Foto: Reprodução |
O episódio aconteceu ne quinta-feira (28). Um inquérito foi instaurado para investigar o caso.
No domingo (24), um homem que trabalha em uma obra, morreu no hospital depois de apresentar sintomas da Covid-19.
Segundo a prefeitura de Campo Alegre, os trabalhadores foram alojados em duas pousadas e uma casa. A Vigilância Sanitária municipal fez testes rápidos nos trabalhadores e identificou outros dois contaminados.
A notícia rapidamente se espalhou levando pânico à população. A prefeitura pediu à construtora que os trabalhadores fossem levados para outra cidade, com mais infraestrutura de saúde, já que Campo Alegre, com seus 28 mil habitantes, não teria condições de atender à demanda.
Após intensa negociação entre a Prefeitura e o Consórcio ficou acordada a transferência de todos os funcionários que aqui estavam para outra cidade”, disse a prefeitura, em nota. No entanto, tivemos a informação de que a empresa havia transferido os funcionários da sede do município para o canteiro de obras do povoado de Angico, causando uma revolta muito grande na população da comunidade, complementa a prefeitura.
Segundo relato de um servidor municipal, um grupo de moradores do vilarejo de Angico, alguns deles armados, foi até o canteiro de obras e, sob ameaças, expulsou os trabalhadores. Na sequência, os moradores atearam fogo ao galpão de lona onde os trabalhadores fariam a quarentena provocando um início de incêndio.
A Andrade Gutierrez, também por meio de nota, informou que as obras foram suspensas. Os trabalhadores que tiveram testes negativos voltaram para suas cidades de origem e foram orientados a cumprir quarentena em suas casas. Os contaminados continuam em isolamento em alojamentos da empresa.
A Andrade Gutierrez não informou em quais cidades ficam os alojamentos.