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Morre médico brasileiro que participava dos testes de vacina contra a covid

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O médico trabalhava na linha de frente no combate ao coronavírus e era voluntário nos testes clínicos da vacina de Oxford.

A Anvisa informou que os dados de voluntários são mantidos em sigilo devido aos princípios de confidencialidade do estudo. Foto: Reprodução

O médico João Pedro Feitosa, que participava como voluntário dos testes da vacina de Oxford, morreu em decorrência de complicações da Covid-19.  A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou nesta quarta-feira (21), sobre a morte do médico.

A Agência informou ter sido notificada do óbito em 19 de outubro, e que foi informada que o comitê independente que acompanha o caso sugeriu o prosseguimento do estudo.
O voluntário que morreu era um médico, de 28 anos, que desde março estava na linha de frente do atendimento a doentes de Covid-19, em UTIs e emergências. 
Ele trabalhava num hospital privado e em outro da rede municipal, ambos na Zona Norte do Rio. O jovem morreu devido a complicações da Covid-19 na última quinta-feira, dia 15.
Sua morte surpreendeu e chocou os amigos, pois Feitosa, segundo eles, tinha boa saúde e não sofria de qualquer comorbidade. 
Ele teria recebido uma dose da vacina da AstraZeneca/Oxford no fim de julho. Adoeceu em setembro e seu quadro se agravou, sem volta.
Alegando \”compromissos de confidencialidade ética\”, a Anvisa não esclareceu se o voluntário tomou a vacina ou o placebo.

Especialistas dizem que existem, em tese, três possibilidades para explicar a morte do rapaz. A primeira é que ele pertencia ao grupo placebo, aquele que recebeu uma vacina de meningite e não o imunizante contra a Covid-19. Todos os voluntários sabem que estão sujeitos a isso. Ou seja, não foi em momento algum protegido e tinha pré-conhecimento dessa possibilidade.

Como os estudos são “duplo cego”, para garantir a idoneidade dos dados, nem pacientes nem cientistas sabem quem tomou o que. Essas informações são mantidas num sistema fechado. Só dessa forma é possível saber se, de fato, a vacina protegeu alguém.

Uma segunda possibilidade é que ele tenha tomado uma dose, mas esta não tenha sido suficiente para protege-lo da desenvolver Covid-19. Uma segunda dose estava sendo dada aos voluntários justamente porque estudos mostraram que duas proporcionavam uma resposta mais robusta do sistema de defesa. Não está claro se o voluntário morto tomou uma segunda dose.

Uma terceira possibilidade é que ele não foi protegido e a Covid-19 tenha sido agravada por um fenômeno conhecido como amplificação dependente de anticorpos (ADE). Esse é um fenômeno que pode ocorrer em algumas infecções virais. Nele, anticorpos podem intensificar em vez de reduzir os efeitos da doença.

NOTA DA ANVISA SOBRE A MORTE DO VOLUNTÁRIO

Abaixo, veja a íntegra do posicionamento divulgado pela Anvisa:

\”Em relação ao falecimento do voluntário dos testes da vacina de Oxford, a Anvisa foi formalmente informada desse fato em 19 de outubro de 2020. Foram compartilhados com a Agência os dados referentes à investigação realizada pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança. É importante ressaltar que, com base nos compromissos de confidencialidade ética previstos no protocolo, as agências reguladoras envolvidas recebem dados parciais referentes à investigação realizada por esse comitê, que sugeriu pelo prosseguimento do estudo. Assim, o processo permanece em avaliação.

Portanto, a Anvisa reitera que, segundo regulamentos nacionais e internacionais de Boas Práticas Clínicas, os dados sobre voluntários de pesquisas clínicas devem ser mantidos em sigilo, em conformidade com princípios de confidencialidade, dignidade humana e proteção dos participantes.

A Anvisa está comprometida a cumprir esses regulamentos, de forma a assegurar a privacidade dos voluntários e também a confiabilidade do país para a execução de estudos de tamanha relevância.

A Agência cumpriu, cumpre e cumprirá a sua missão institucional de proteger a saúde da população brasileira.\”

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