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Dengue já causou a morte de 6 pessoas em Santa Catarina esse ano

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A infecção pelo vírus da dengue, quando sintomática, varia desde formas mais leves até quadros graves, podendo evoluir para o óbito.

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A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) diivulgou nesta sexta-feira (10), a situação da vigilância entomológica do Aedes aegypti e a situação epidemiológica de dengue, febre de chikungunya e zika vírus.

De 3 de janeiro a 4 de setembro deste ano, ocorreram 6 óbitos pela Dengue:

  • dia 30 de abril – paciente de 49 anos,
  • dia 1° de maio – paciente de 79 anos,
  • dia 02 de maio – paciente de 75 anos,
  • dia 13 de maio – paciente de 33 anos,
  • dia 24 de maio – paciente de 49 anos,
  • dia 1° de junho – paciente de 68 anos.

O que é dengue?
Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.

A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, varia desde formas mais leves até quadros graves, podendo evoluir para o óbito.

Todos os quatro sorotipos do vírus da dengue circulantes no mundo causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somentepelo quadro clínico.

O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que a dengue é uma doença única, considerando-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.

Sinais e sintomas
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos.

Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite.

No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.

Quadros graves
Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.

Qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue já na primeira infecção, apesar de isso ocorrer com maior frequência entre a 2ª ou 3ª infecção, devido à resposta imune individual.

No entanto, crianças, gestantes e idosos, além daqueles em situações especiais (portadores de hipertensão arterial, diabetes mellitus, asma brônquica, alergias, doenças hematológicas ou renais crônicas, doença grave do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença autoimune), têm maior risco de apresentar quadros graves de dengue.

CASOS DE DENGUE EM SANTA CATARINA

DE 3 de janeiro a 4 de setembro, foram notificados 32.259 casos de dengue no Estado. Do total de casos confirmados até o momento, 18.606 são autóctones (transmissão dentro do estado), 67 casos são importados (transmissão fora do estado), 320 casos estão em investigação de Local Provável de Infecção e 122 são indeterminados.

Quatro municípios de Santa Catarina foram considerados em situação de epidemia. O município de Joinville apresenta o maior número de casos autóctones (16.520).

Além de Joinville, o município de Navegantes também teve epidemia de dengue com 670 casos, Camboriú com 301 casos e a e o município de Santa Helena com 49 casos.

A caracterização de epidemia ocorre pela relação entre o número de casos confirmados e de habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.

Febre de chikungunya
No período de 03 de janeiro a 04 de setembro de 2021, foram notificados 411 casos de febre de chikungunya em Santa Catarina. Do total de casos confirmados até o momento, nove (09) são autóctones (transmissão dentro do
estado), 10 casos são importados (transmissão fora do estado) e três (03) casos estão em investigação.

O que é febre de chikungunya?
É uma infecção viral causada pelo vírus chikungunya, que pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa “aquele que se curva”.

Zika vírus
No período de 03 de janeiro a 04 de setembro de 2021 foram notificados 112 casos de zika vírus em
Santa Catarina. Desses, 10 estão inconclusivos (classificação utilizada no SINAN para os casos que, após 60 dias
da data de notificação, ainda não tiveram sua investigação encerrada), 91 foram descartados e 11 permanecem
como suspeitos.

O que é zika vírus?
É uma doença causada pelo vírus zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3 a 7 dias, geralmente sem complicações graves.

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, caracterizam-se pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.

Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

 evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
 guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
 mantenha lixeiras tampadas;
 deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
 plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
 trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
 mantenha ralos fechados e desentupidos;
 lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
 retire a água acumulada em lajes;
 dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
 mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
 evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
 denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
 caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para
o atendimento