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Enredo de filme de terror: mortes em SC envolvem rituais e tráfico, diz polícia

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Em um dos casos, foi o próprio pai que encontrou partes do corpo do filho em malas e sacolas no rio Itajaí-Açu.

A Polícia Civil de Rio do Sul concluiu o inquérito que investigava a morte de Renan Kalbush, de 21 anos. O inquérito é digno de filme de terror e revela mortes interligadas, ritual, tráfico de drogas e uma amizade desfeita. 

Renan Kalbush foi morto em maio de 2021 e o caso chocou o Alto Vale do Itajaí após as partes do seu corpo serem encontradas pelo seu próprio pai dentro de uma mala e sacolas no Rio Itajaí-Açu.

Os primeiros restos mortais da vítima apareceram na água no dia do 12 de maio. Era uma perna e a família reconheceu pela tatuagem. Mesmo com a locomoção comprometida, o pai, Ronaldo Kalbush, foi para o rio procurar o corpo do filho. No dia 22 do mesmo mês, o pai encontrou o tronco e cabeça do jovem dentro de uma mala boiando.

Para a polícia, Renan teria sido assassinado por Rafael Fachner, 23 anos. Ambos eram amigos próximos e tiveram uma desavença envolvendo o comércio de drogas. Rafael teria cometido o crime junto com outro colega, um adolescente de 17 anos.

De acordo com a Polícia Civil, a morte de Renan, assim como os assassinatos de Rafael e de sua esposa Pâmela Silva, estão interligadas. A morte estaria ligada ainda a rituais.

Rafael e Pâmela: casal foi assassinato com três dias de diferença. Foto: Arquivo

Os crimes ocorreram na primeira semana do mês de outubro deste ano. Rafael foi executado na noite do dia 5. Segundo o relato de Pamela para PM, ela estava tomando banho quando ouviu seis disparos.

Ao sair do chuveiro, encontrou o marido morto com diversas perfurações pelo corpo. Pâmela foi morta três dias depois, no dia 8, alvejada por cerca de três 3 projéteis.

RITUAIS

As investigações apontam que vítima e assassino praticavam rituais juntos e que, em certa oportunidade, Rafael teria dito que Renan precisava morrer para ele ter prosperidade. Ainda conforme a polícia, a dupla (Rafael e o adolescente) tentou matar Renan em ao menos outras duas oportunidades antes de concretizar o crime.

“Quanto aos rituais, foi a própria vítima, o Renan, que teria falado que os suspeitos já teriam atentado contra a vida dele em duas oportunidades. O Renan falou [antes de morrer] que o suspeito falava que o Renan teria que morrer para ter sucesso na vida”, explicou o delegado Thiago Cardoso.

Cinco meses depois, Rafael teria sido assassinado pelo adolescente, que seria também responsável pela morte de Pâmela. “

“O homem teria sido morto por causa de uma desavença. Já mulher teria sido morta em suposta “queima de arquivo”, uma vez que mesmo alertada, passou a buscar informações dos autores da morte de seu companheiro”, informou o delegado.

O corpo de Renan foi enterrado pela família apenas em setembro. É que apesar do recolhimento feito pelo pai, os trâmites legais exigiram um teste DNA. Na época, o pai cobrava a punição dos responsáveis.

“Eu quero justiça. O que fizeram com o meu filho não tem explicação. Mesmo ele sendo dependente químico, o que fizeram não foi humano, não desejo isso para ninguém”, disse.

O adolescente está apreendido desde outubro e teria envolvimento com ao menos quatro assassinatos registrados em Rio do Sul.