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Canoinhense recebe documento de filha nascida na Ucrânia e aguarda para sair do país

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Além da tensão entre Rússia e Ucrânia, Kelly e o marido testaram positivo para Covid no dia de conhecer a filha.

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*Matéria atualizada às 19h20 para acréscimo de informações.

Na manhã de ontem (28), casal de brasileiros Kelly Lisiane Müller e Fabio Wilkes receberam o passaporte da filha recém-nascida, Mikaela, para poder sair da Ucrânia. A documentação é fundamental para tentativa de saída do país de forma legal. Na tarde de hoje eles conseguiram embarcar em um trem com destino à Polônia (veja detalhes abaixo).

Kelly e Fábio contaram que o registro de nascimento ucraniano ficou pronto na quarta-feira (23), um dia antes da invasão Russa. No dia seguinte, com o espaço aéreo fechado, o casal se viu preso em Kiev, mesmo com a documentação necessária para o passaporte.

No último sábado, Kelly contou o drama que estava vivendo, escondida em um abrigo em Kiev, capital da Ucrânia. Estrangeiros da Itália, Alemanha, Noruega, Turquia e dois casais brasileiros ficaram em uma estrutura anti-bombas (um bunker), localizada no subsolo de um prédio de oitos andares, com cerca de 40m².

Todos que estavam no abrigo foram para Ucrânia para buscar os filhos que foram gerados por barriga de aluguel.

Casal se prepara para deixar a Ucrânia em segurança. Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

“Nosso grupo de brasileiros, que está com as duas bebês, conseguiu chegar até a Estação Central de Kiev. A intenção é pegar um trem para Varsóvia, na Polônia, mas esse trem tem muita procura, então nós vamos buscar outro trem caso a gente não consiga entrar nesse. A importância para a gente desse apoio dos outros países é questão de vida ou morte”, disse ela.

Ela conta que a Embaixada comprou bilhetes para todo mundo para Polônia, mas era para o chefe da Estação colocar as famílias dentro do trem o que, por algum motivo, não aconteceu.

“Daí, nos colocaram em um trem às 9 horas desta terça-feira, dia 1. Agora, estamos indo para Polônia, graças a Deus”, comentou.

Kelly com a família em um trem saindo da Ucrânia. Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

Kelly, de 39 anos, nasceu no Paraná, porém veio morar em Canoinhas ainda criança. Ela é filha do professor João Rosa Muller, falecido em 2010, vítima de um câncer. Atualmente mora com o marido em Guaratuba, no litoral do Paraná.

Kelly e o marido Fabio Wilke estão juntos há mais oito anos. Ela teve três gestações que não foram para a frente. Depois de várias tentativas, o sonho quase foi deixado de lado.

O método de gestação de substituição (barriga de aluguel) deu um novo sentido na vida dos dois, que buscou por clínicas especializadas na Ucrânia, que é muito procurada por casais do mundo todo.

Ela relatou que chegou à Ucrânia no dia 7 de janeiro para acompanhar o nascimento da filha.

Além da tensão e incerteza de que o conflito com a Rússia se agravasse, Kelly e o esposo testaram positivo para Covid no dia de conhecer a filha.

Em Kiev, o plano inicial era regulamentar a documentação da filha e retornar para casa o quanto antes, mas o casal precisou passar nove dias em quarentena e lidar com burocracias que atrasaram o retorno e fez com que estivessem no país durante a guerra.

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