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Adelmo Alberti diz que foi ameaçado de morte na cadeia ‘caso falasse algo’

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Político disse que recebeu uma visita na unidade prisional onde se encontra, sendo intimidado.

No despacho que determinou a prisão preventiva do prefeito de Canoinhas, Beto Passos (PSD), e o vice, Renato Pike (PL), a Justiça cita os argumentos para embasar a decisão. Entre eles, estão elementos que surgiram da colaboração de Alberti com o Ministério Público.

O prefeito de Bela Vista do Toldo afirmou, por exemplo, que teria indicado um empresário em nome de quem seria registrados bens ilicitamente adquiridos com verba pública em benefício dele mesmo e do prefeito de Canoinhas. Também garantiu que o empresário seria contemplado em licitações como contrapartida.

Alberti revelou ao Ministério Público o nome de outras pessoas que supostamente estariam envolvidas no esquema de fraudes e corrupção na região. Ele deu detalhes de reuniões realizadas entre os suspeitos e de como funcionavam os crimes.

Nas declarações, Adelmo Alberti disse ter presenciado, pelo menos em duas ocasiões, em que altas quantias em espécie foram repassadas por Josiel Dembinski a Beto Passos e seu irmão Marcio Paulo dos Passos.

Também implicou Diogo Seidel, Secretário de Administração e Finanças de Canoinhas, como o “articulador de esquema criminoso relacionado ao transporte de alunos e passageiros” e indicou Marcio como assecla e “controlador financeiro” de Passos.

AMEAÇAS GRAVES

O político declarou ao MP que foi alertado por Beto Passos sobre a investigação, e que foi visitado na prisão pelo advogado do empresário de Bela Vista do Toldo, Josiel Dembinski, suspeito de participar do esquema. O advogado teria tentado intimidá-lo e o ameaçou de morte, dizendo que ele seria ‘apagado‘, caso ‘falasse algo‘.

Segundo o MP, o vice-prefeito de Canoinhas, Renato Pike, teria sido mais sutil e explícito, no diálogo travado com um outro colaborador, Miguelangelo Hiera, neste caso referente a um “esquema” em processo licitatório para transporte escolar.

Após ser prometido um veículo para Hiera, empresário no setor de transportes, para facilitar a vitória do Coletivo Santa Cruz, e o acordo não ter sido cumprido, o empresário teria questionado Pike, que o ameaçou afirmando que ‘bala trocada não dói‘, e que ‘se fosse com ele‘, a esposa de Hiera ‘já seria viúva‘. O veículo, uma Hilux, foi dada a outra empresa para facilitar que o Coletivo Santa Cruz sagrasse vencedor do certame.

SILÊNCIO

O advogado de defesa de Alberti, Paulo Henrique Glinski, afirmou que o processo está em segredo de Justiça e que não pode comentar sobre a colaboração do prefeito com as investigações.

Os advogados de defesa de Beto Passos e Renato Pike informaram que só vão se manifestar sobre as acusações quando tiverem acesso aos autos.