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Laudo aponta que jovem autista morreu por forte pancada, no Paraná

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Necrópsia também apontou lesões e desnutrição. Jovem tinha 1,70 metros e pesava apenas 50 quilos.

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O Instituto Médico-Legal (IML) de Ponta Grossa concluiu o laudo de necróposia do jovem Rômulo Luiz Fernandes Borges, de 19 anos, que foi encontrado morto dentro de casa com sinais de violência no dia 18 fevereiro.

O padrasto do jovem disse que ele convulsionou. O homem informou ainda que tentou reanimar mas que ele não resistiu e morreu.

Porém, o laudo do IML concluiu que Rômulo, que era autista, teve traumatismo craniano, além de apresentar lesões pelo corpo e também desnutrição. Ele tinha 1,70 metro e pesava apenas 50 quilos.

Ainda conforme o relatório,o jovem morreu por “ação contundente”, uma forte pancada.

O padrasto e a mãe dele foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, tortura e cárcere privado. Para a Polícia Civil, a lesão foi causada por uma agressão do padrasto contra a vítima.

Professores disseram que o jovem começou a apresentar comportamento estranho no período quando a mãe iniciou o relacionamento com o padrasto. Foto: Reprodução/RPC

A defesa do padrasto e da mãe de Rômulo disse que os dois são inocentes e isso será provado ao longo do inquérito. Afirmou, também, que não houve tortura, maus-tratos nem homicídio.

De acordo com o inquérito da Polícia Civil, o menino era mantido amarrado e amordaçado dentro de um banheiro desativado, com mofo e sem iluminação da residência, e que sofria maus-tratos desde 2018

Na residência polícia não encontrou fotos, roupas, material escolar e nenhum outro pertence de Rômulo. À polícia, vizinhos relataram o casal morava há cerca de dois meses na casa onde Rômulo foi encontrado morto, mas que não sabiam da existência dele, apenas de outros dois filhos do casal.

Os professores de Romulo afirmaram que o jovem frequentou normalmente a escola entre os seis e os 15 anos, indo todos os dias. Disseram ainda que a mãe era participativa e que a vítima era calma.

Contudo, em 2018, os profissionais perceberam uma mudança nele. O período foi quando a mãe iniciou o relacionamento com o padrasto, segundo as testemunhas.

Elas relataram que Rômulo começou a chegar com o olho roxo e sinais de cinta pelo corpo, machucado como se tivesse apanhado. Além disso, ele mudou o comportamento, antes calmo.

Ligação para o Samu e mudança no local do crime

Segundo o delegado Luiz Gustavo Timossi, as provas coletadas indicam que o padrasto agrediu com violência Rômulo, resultando na morte do jovem, e que o local do crime foi alterado antes da chegada do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).

As investigações ainda apontaram que no momento da ligação para os socorristas, o menino já estava morto. 

Depoimento da mãe

A mãe do jovem também prestou depoimento à Polícia Civil. Ela chegou a ser presa, mas foi liberada por ter outros dois filhos pequenos, de um e três anos.

Ao delegado, a mulher afirmou que os machucados de Rômulo eram por conta de tombos que o menino levava.

Ela também definiu o menino como “louco”.

“Se você olhasse para ele, você não falava que era autista. Ele era louco”, disse a mãe.

O inquérito do caso ainda não foi fechado. Segundo o delegado, exames de perícia, como levantamento de local, ainda são aguardados para que uma reconstituição de caso seja agendada.

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