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Polícia está perto de anunciar suspeitos e motivo da morte de Paulo Ferreira

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Jornalista e radialista foi vítima de homicídio há seis dias em Canoinhas.

Por Fábio Lau*

Vingança após divergência pode ter sido a motivação do homicídio do jornalista e radialista Paulo Ricardo Ferreira, 34 anos, ocorrido na cidade de Canoinhas, no Planalto Norte catarinense, localizada a 358 quilômetros de Florianópolis.

O instrumento utilizado para assassinar a vítima, pedras pontiagudas encontradas no local, e a tentativa de dificultar a identificação do corpo, e também do automóvel da vítima, levam a polícia a acreditar que a ação ocorreu por divergência momentânea e praticamente descartar um crime premeditado.

Na noite do crime, Paulo Ricardo esteve cercado de amigos e conhecidos na badalada Boate 408, na Rua Getúlio Vargas, no centro de Canoinhas. Em seguida seguiu, de carro, para a Ideal Conveniências, outra cultuada lanchonete na Rua 3 de Maio. Ele foi visto falando ao telefone. Dali teria seguido, obrigado, atraído ou espontâneamente, até o lugar onde seria cruelmente assassinado.

Paulo Ricardo era reconhecido em toda a região como um jornalista gabaritado, de grande talento e futuro. Aos 34 anos era um cobiçado assessor de imprensa, especialmente para o mundo político, além de colunista de sites e blogs, radialista, jornalista e professor de radialismo.

CRIME CHOCANTE

Quem conhece bem a cidade de Canoinhas, com seus 55 mil habitantes, sabe que a área onde o corpo de Paulo Ricardo foi deixado é pouco recomendável para quem não esteja à procura de aventuras. No entorno do antigo Parque de Exposições Ouro Verde há pontos de venda de drogas e prostituição. O que não quer dizer que um incauto não possa ser atraído até ali por outros interesses ou mesmo vítima de uma cilada.

Embora haja dezenas de casas na região do entorno do Parque, a uma distância não superior a cem metros, a bárbara ação que provocou a morte de Paulo Ricardo não foi denunciada por nenhum morador. O ataque, à pedradas, pode ter provocado gritos ou pedidos de socorro da vítima. Mas ninguém se manifestou.

Também chama a atenção que o fogo colocado no carro não tenha atraído a atenção de moradores da área – o que seria quase impossível.

Mas não menos chocante é que no dia do encontro do cadáver do jornalista, já pela manhã, um grupo de pessoas se refestelasse num churrasco nas imediações. Naquele momento todos tinham conhecimento do assassinato e da presença do cadáver nas proximidades:

– É a banalização da morte – protestou um antigo morador.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) acompanha as investigações da polícia catarinense sobre este assassinato. De 2012 até este ano foram assassinados 16 jornalistas no Brasil.

E só este ano foram registradas duas mortes: o britânico Dom Phillips, ocorrido no Amazonas há um mês e que chocou o mundo, expondo a violência explícita contra defensores dos Direitos Humanos, e o de Paulo Ricardo Ferreira, 34 anos, por motivos ainda desconhecidos.

*Fábio Lau é jornalista com 36 anos de experiência no jornalismo policial com passagens nas redações dos jornais Última Hora, O Dia, O Globo, Jornal do Brasil e Rede Globo. Atualmente é professor de jornalismo investigativo.

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