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Curitiba: Soldado da PM mata ex-mulher e comete suicídio quatro horas depois

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Vítima tinha registrado um boletim de ocorrência contra o ex, por ameaça, dois dias antes.

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O Policial Militar Dyegho Henrique Almeida da Silva, matou a ex-esposa, Franciele Cordeiro, de 29 anos, a tiros em uma rua de Curitiba, no final da tarde desta terça-feira (13). Assista ao vídeo no final da matéria.

Imagens mostram o soldado, que dirigia uma moto, parando o veículo da ex-esposa em uma rua do bairro Rebouças. Na sequência, o homem atirou cerca de dez vezes. O vídeo mostra ainda a motorista do carro dando marcha à ré para tentar fugir. Em seguida, uma jovem aparece correndo pela rua. A polícia confirmou que era uma das filhas de Franciele, de 11 anos.

Após os disparos, ele se trancou dentro do Citroën C3 de cor branca, com o corpo da vítima e impediu que ela fosse socorrida. Equipes policiais isolaram o local tentando negociar sua rendição até que, cerca de 4 horas depois, Dyegho tirou a própria vida com um tiro.

Dois dias antes, Franciele havia registrado um boletim de ocorrência contra o ex por ameaça. A Polícia Civil informou que a vítima registrou o boletim no domingo (11), e que já na segunda-feira foi solicitada a prisão do suspeito, o qual estava em andamento. Também foi requerida medida protetiva para a vítima.

Franciele era enfermeira e deixa três filhos, de outro relacionamento.

Ameaças

No B.O. registrado pela vítima, ela relatou que teve um relacionamento com o policial por um ano e que os dois haviam se separado havia um mês.

Ainda à polícia, Franciele disse que, no ano passado, engravidou de Dyegho e que ele insistia para que ela abortasse. A mulher disse à polícia que o militar chegou a ajudá-la a montar o quarto do filho que ela esperava, mas que ele deu a ela um remédio abortivo sem que ela soubesse durante uma relação sexual.

A criança morreu dias após o nascimento, que foi prematuro, segundo ela. A mulher relatou ainda que, após uma depressão, o militar chegou a ser afastado dos trabalhos.

A Polícia disse que ele ficou 3 meses afastado da corporação por ‘problemas psicológicos’, e que, em abril, retornou ao serviço, em atividades administrativas. Ele recebeu a arma de volta, após uma reavaliação, em que demonstrou “condições de portar” o armamento.

Ironia do destino: Policial fez Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre violência doméstica

O TCC de Dyegho foi apresentado em junho de 2021 para o curso de tecnólogo em segurança pública, desenvolvido pela Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública (SEGEN) em parceria com o Instituto Federal do Paraná (IFPR). Ele foi aprovado com conceito B.

Nas considerações finais do trabalho, Dyegho disse que os casos de feminicídio aumentam frente ao que chamou de “inércia” de órgãos de controle. Disse, também, ser necessário a PM ter uma equipe “que atenda exclusivamente as vítimas de violência doméstica”.

No mesmo trabalho, ele também afirmou que a Polícia Militar deveria “analisar os déficits no atendimento, seja no registro de ocorrência ou da equipe que se desloca até o endereço, a fim de localizar uma maneira mais efetiva de atender a sociedade”.

Assista a reportagem abaixo:

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