Godoy entra com representação para suspender divulgação de pesquisa

O candidato à prefeitura de Canoinhas, Willian Godoy (PSD), entrou com uma Representação na Justiça Eleitoral, nesta quinta-feira (27), contra uma publicação feita pelo Canoinhas Online que divulgou o resultado de uma pesquisa eleitoral em que a candidata do PSDB, Juliana Maciel aparece à frente nas intenções de voto.

Godoy argumentou que a pesquisa é tendenciosa e haveria diversas inconsistências na mesma. Por exemplo, mencionou que fora publicado no site que a pesquisa teria sido realizada pela empresa Vox Civitas, mas que no registro da pesquisa consta que fora realizada por Nilson Antônio Gonçalves de Souza Ltda (veja detalhes mais abaixo).

Alegou, ainda, que a própria empresa responsável pela pesquisa seria a contratante, que os dados informados no site Canoinhas Online são vagos e questionou a falta de sondagem em determinados bairros.

Em suma, Godoy requereu a suspensão da divulgação do resultado da pesquisa eleitoral, retirando-a do site e das redes sociais, e acesso a todo o material relacionado a pesquisa, junto a empresa Nilson Antônio Gonçalves de Souza Ltda.

DECISÃO

O juiz Victor Luiz Cerato Grachinski, da 8ª Zona Eleitoral de Canoinhas, em sua decisão, apontou que o nome da empresa divulgado não corresponde ao nome empresarial da contratante informada à Justiça Eleitoral.

Também pontuou que consta no registro da pesquisa que a própria contratada seria a contratante da pesquisa, o que, a priori, não é ilícito.

Quanto aos argumentos de que os dados informados no site Canoinhas Online são
vagos e a falta de sondagem em determinados bairros, o juiz eleitoral não deu razão à Willian Godoy.

“A vagueza das informações não é um problema se não consistir em manipulação ou omissão intencional dos dados. Outrossim, a falta de sondagem em determinados bairros é uma característica da pesquisa que não foi omitida. Pelo contrário, consta na consulta da pesquisa no site do Tribunal Superior Eleitoral“, anotou Grachinski.

“Ou ou seja, fica claro que não houve a intenção de omitir os locais em que a pesquisa fora realizada, estando a informação dos bairros em que foi feita a coleta devidamente disponibilizada“, finalizou o juiz.

Ante a inconsistência dos dados informados à Justiça Eleitoral e o publicado pelo Canoinhas Online, a Justiça Eleitoral concedeu um prazo de 4 horas para que a publicação fosse excluída do site.

Da mesma forma, a empresa contratada para realização da pesquisa recebeu 24 horas para fornecer acesso ao sistema interno, para verificação dos dados (mapas e planilhas) e comparação com os dados divulgados.

CONTRAPONTO

A decisão do Juiz Eleitoral fala por si só. Há uma única questão em face da publicação feita pelo Canoinhas Online, e não várias inconsistências, como argumentadas pelo candidato Willian Godoy.

A referência quanto ao nome da empresa, que foi publicada como Vox Civitas, empresa de Pesquisas de Opinião de Mercado e não como Nilson Antonio Gonçalves de Souza Ltda, ateve-se ao simples fato que é este nome que consta na folha de rosto da divulgação da pesquisa eleitoral (imagem abaixo).

Além do mais, a publicação fornece ainda o número do registro da pesquisa eleitoral no Tribunal Regional Eleitoral, que pode ser consultado por qualquer cidadão, a qualquer tempo. Importante frizar também, que o site fez a correção do nome da empresa ainda na data de hoje.

Indo mais além, em nenhum momento a Justiça Eleitoral afirmou que a pesquisa eleitoral é tendenciosa, como argumentou o candidato. Também não viu mais nenhuma irregularidade na publicação do Canoinhas Online a não ser o nome da empresa, que já havia sido devidamente corrigido. Os dados apresentados da pesquisa eleitoral também não são vagos, como bem pontuou o Juiz Eleitoral Victor Luiz Cerato Grachinski em sua decisão.

“Apesar de lamentar que o representante da ação, canditato Willian Godoy — receoso de ter sua campanha prejudicada por divulgação de pesquisa que, até prova em contrário, mostra uma concorrente em vantagem na intenção de votos — tenha tentado prejudicar a credibilidade de nosso Portal de Notícias, o Canoinhas Online irá acatar a decisão judicial e suspender a publicação citada”.

Marly Galeski Soares – Editora chefe do Canoinhas Online

Para encerrar o esclarecimento, a Justiça Eleitoral determinou que suspendesse a divulgação da pesquisa. Em momento algum o resultado da pesquisa eleitoral foi anulada.