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‘Tá difícil pra viver’, diz viúva de homem morto em acidente na BR-153

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A morte do jovem que buscava esposa e sua filha recém-nascida no hospital causou comoção nas reaes redes sociais.

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“Tá difícil pra dormir, tá difícil pra viver. Não sei ainda como retornar a vida, tá bem complicado”. O desabafo é de Liliana Freitas Pontes, de 25 anos, que perdeu o marido em um acidente na BR-153 quando ele viajava para Irati conhecer a filha recém-nascida do casal. Eles estavam juntos há quatro anos.

Patrick de Camargo Dutra, de 25 anos, morreu em 14 de março deste ano. O acidente aconteceu entre as cidades de Imbituva e Irati, no Paraná, quando o carro de Patrick estava parado na rodovia por conta de obras em um trecho de “Pare e Siga”.

O rapaz conduzia um VW Gol e seguia para Irati, para buscar a esposa que tinha recebido alta médica após o parto. Foto: Divulgação

O médico Fábio Ruperto Cândido Sayboth, que dirigia um Volvo, não freou e bateu no VW Gol de Patrick. Com o impacto, o veículo do jovem foi jogado contra a traseira de um caminhão e ficou completamente destruído. O Volvo capotou. O médico foi indiciado por homicídio doloso.

“Eu recebi a notícia pelo meu cunhado, porque fazia horas que eu estava mandando mensagens e não conseguia conversar com ele [o marido]. Pra mim foi um baque né, porque eu já estava nervosa porque eu não conseguia conversar com ele”, relembrou Liliana.

Liliana Freitas Pontes — Foto: Reprodução/RPC

 “Está bem difícil, estamos vivendo um dia de cada vez. O que está me reerguendo é ela (filha), mas está complicado. Até agora não consegui pensar e me administrar sobre o que fazer da vida”, lamentou.

A viúva pede por justiça. De acordo com investigações da Polícia Civil, há indícios de que o médico estava bêbado quando causou o acidente. Ele chegou a ser preso durante atendimento médico, mas foi liberado após pagar fiança de R$ 264 mil

“O que vou dizer pra ela quando ela [filha] estiver entendendo? Por justiça, pelo menos, né, pro coração da gente se sentir mais calmo”, relatou.

Por conta do acidente, a família de Patrick também entrou com uma ação judicial contra o médico.

Médico costumava ingerir bebida alcoólica antes de dirigir, diz polícia

De acordo com a polícia, Fábio costumava pedir para um estagiário da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde trabalhava para que o estagiário fosse pegar bebida alcoólica para ele. O médico é concursado na Prefeitura de Imbituva.

Outra testemunha relatou à polícia que era costume do médico sair do trabalho e ingerir bebida alcoólica dentro do carro antes de viajar.

Já outra pessoa afirmou que conversou com o indiciado momentos antes do acidente. Durante a conversa, percebeu que ele estava alterado e chegou a pedir que ele não fosse para a rodovia e descansasse em Imbituva.

O médico não quis ficar e saiu com destino a Irati. No trajeto, aconteceu o acidente.

No indiciamento, a polícia ainda considerou o fato de latinhas de cerveja serem encontradas dentro do carro.

Conforme o delegado Thiago Andrade, no local do acidente não foram encontrados sinais de frenagem. No indiciamento também foi ressaltada a característica “praticamente reta” da pista no local – o que permitia a visualização da fila pelo médico.

Veja o que diz o boletim de ocorrência da Polícia Rodoviária Federal (PRF):

“No momento da colisão, o veículo VW GOL e o caminhão M.BENZ/ATEGO 2425 estavam parados na via devido a manutenções na malha asfáltica. Em seguida, deu-se a colisão traseira entre o automóvel VOLVO S60 T5 INSCRIPTION e o automóvel VW/GOL.

Com o impacto, o veículo GOL foi arremessado contra a traseira do caminhão M.BENZ/ATEGO 2425, que estava imobilizado logo a frente no bloqueio. O motorista do automóvel VW Gol, um homem de 25 anos, veio a óbito no local”.

Ainda segundo a PRF, o condutor do Volvo recusou realizar o teste do bafômetro. Entretanto, conforme os policiais, ele apresentava sinais notórios de embriaguez, por isso foi detido e encaminhado para a Delegacia de Irati.

Após pagar a fiança, o motorista passou a responder o processo em liberdade. Agora, o Ministério Público do Paraná decide se vai oferecer denúncia contra o médico. Em caso de acusação e condenação, por homicídio doloso, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.

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