festival

Em cerimônia ‘econômica’, ao custo de 600 milhões, Charles III é coroado no Reino Unido

Avatar photo
Os custos da coroação são bancados pelos cofres públicos do país. — Foto: Rei Charles III e a rainha Camilla acenam da sacada do Palácio de Buckingham após a cerimônia de coroação, em Londres/ Reuters

A festa para a coroação de Charles 3º, neste sábado (6), foi grande, mas não chegou aos pés do funeral de Elizabeth 2ª, em setembro passado, quando cerca de um milhão de pessoas se mobilizaram em Londres para acompanhar as últimas homenagens à rainha, a mais longeva da história britânica.

O rei do Reino Unido foi coroado com a coroa de St. Edward, na Abadia de Westminster, em Londres. Aos 74 anos, Charles assume a função em um momento delicado, com a economia britânica pressionada pela inflação e com a família real envolvida em uma série de polêmicas.

A coroa de São Eduardo do século 17 é carregada no dia da cerimônia de coroação do rei Charles III — Foto: Phil Noble/Pool via Reuters

A coroação, cujas origens remontam a 1 mil anos atrás, é o maior evento cerimonial desde a ascenção da mãe de Charles ao trono, a rainha Elizabeth II, em 1953. O evento é sempre marcado por uma exibição de pompa e enorme procissão militar.

Em 1953, milhões lotaram as ruas de Londres e cerca de 27 milhões de pessoas assistiram à cerimônia de coroação de Elizabeth II pela TV — à época, uma inovação ao ser a primeira transmissão ao vivo na história.

No momento da coroação do rei Charles III, uma saudação de 62 tiros foi disparada na Torre de Londres, com uma salva de seis tiros no Horse Guards Parade. Outros 21 tiros foram disparados em 13 locais em todo o Reino Unido, incluindo Edimburgo, Cardiff e Belfast, e em navios da Marinha Real.

Mais de 11 mil membros das Forças Armadas estiveram envolvidos na coroação de Charles III. Destes, mais de 4 mil participaram da procissão entre a Abadia de Westminster e o Palácio de Buckingham, segundo a agência Reuters.

Os integrantes das Forças Armadas britânicas que participaram dos cortejos foram acompanhados de soldados de mais de 30 países da Comunidade Britânia das Nações, formando uma das maiores procissões militares do Reino Unido em décadas.

Cerimônia mais ‘econômica’

O evento ocorre quase oito meses após a morte da rainha Elizabeth II, em setembro, e foi menos luxuoso que o de sua mãe, em 1953.

À época, a coroação de Elizabeth II foi a mais cara da história, com custo estimado em 1,57 milhão de libras, de acordo o jornal norte-americano “The New York Times”. Segundo a revista “Time”, esse valor é equivalente a 56 milhões de libras atualmente (algo como R$ 350 milhões).

As festividades da coroação de Charles, por sua vez, devem custar cerca de 100 milhões de libras (aproximadamente R$ 624 milhões) aos contribuintes britânicos, de acordo com a revista “Time”.

Segundo a imprensa britânica, o Palácio de Buckingham optou por uma cerimônia mais econômica por conta da preocupação com a pauta ambiental, defendida há anos por Charles, e pela situação econômica do Reino Unido, que sofre pressão da inflação elevada e uma ameaça de recessão econômica.

Além disso, as mudanças na sociedade britânica, inclusive de como ela enxerga a monarquia, também parecem ter influenciado a decisão. Os custos da coroação são bancados pelos cofres públicos do país.

O Palácio de Buckingham não revelam oficialmente qual o custo do evento, mas “Uma ocasião como esta, uma grande ocasião de Estado, atrai um enorme interesse global que mais do que compensa as despesas que a acompanham”, dizem.

A comemoração continua

A celebração continua nos dias seguintes à coroação do rei Charles III:

  • Domingo (7): a noite contará com shows de diversos artistas. Entre eles estão Kary Perry, Lionel Richie e Andrea Bocelli.
  • Segunda-feira (8): o dia será feriado nacional. Na data, a família real incentiva os britânicos a realizarem atos de caridade e a partilharem refeições com a comunidade.