Ataque a tiros em aldeia yanomami mata criança e deixa cinco feridos

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O ataque desta segunda deixou três crianças feridas, duas nos braços e uma no glúteo, e dois adultos, um no tórax e outro no abdômen.

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Uma criança morreu e cinco indígenas ficaram feridos durante um ataque a tiros a uma aldeia yanomami na região de Parima, em Roraima. Um helicóptero foi enviado de Boa Vista para auxiliar no atendimento às vítimas. No local fica uma base de apoio da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), que prestou atendimento aos feridos —entre os quais havia crianças e adultos, inclusive em estado grave.

O ataque desta segunda deixou três crianças feridas, duas nos braços e uma no glúteo, e dois adultos, um no tórax e outro no abdômen.

Ainda não se sabe o que motivou a violência, mas pessoas ouvidas sob condição de anonimato dizem que, na última semana, a região foi alvo de uma operação de combate ao garimpo ilegal.

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) não informou quem foram os responsáveis pelo ataque, mas disse que eles fugiram do local. Servidores do MPI se deslocaram para a aldeia, junto com policiais federais, militares e agentes da Força Nacional de Segurança. 

Em nota, o governo federal disse que os feridos foram transferidos para Surucucu e Boa Vista em aeronaves da Marinha e da FAB (Força Aérea Brasileira).

“O MPI reforça que segue trabalhando com as demais esferas de governo buscando a completa retirada dos garimpeiros das terras indígenas. Essa atividade degrada não só o meio ambiente, mas ataca o modo de vida e toda a organização social dos povos indígenas”, informa a nota do ministério.

Esse não é o primeiro ataque de que se tem notícia desde o início da operação de desintrusão do garimpo ilegal. O último episódio de violência aconteceu no final de abril, nas proximidades de Uxiú, e marcou o ponto de maior tensão desde o início das operações, quando garimpeiros mataram um indígena a tiros e balearam outros dois.

Nos dias seguintes, mais nove corpos foram encontrados na região. Uma mulher foi encontrada com sinais de enforcamento.

As ações de repressão são encabeçadas sobretudo pela Polícia Federal e pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis), com auxílio da PRF -Polícia Rodoviária Federal, e da Força Nacional.