As buscas por vestígios biológicos na área da explosão da fábrica de explosivos Enaex Brasil, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, foram suspensas momentaneamente neste fim de semana.
O trabalho, que durou quatro dias, resultou na coleta de mais de mil vestígios que podem ajudar na identificação das nove vítimas.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Paraná (Sesp), Hudson Teixeira, a força da explosão fragmentou os corpos dos funcionários, o que torna o exame de DNA essencial para a identificação.
Os vestígios biológicos coletados, como sangue, ossos e tecidos, serão comparados com o material genético fornecido pelas famílias das vítimas.
Apoio de outros estados e agilidade na identificação
A complexidade da tarefa levou o governo do Paraná a pedir ajuda a outras forças de segurança. Os governos de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina confirmaram que vão auxiliar a Polícia Científica do Paraná na análise dos materiais, o que pode reduzir o prazo de identificação de 30 para apenas 10 dias. O governo paranaense também solicitou apoio à Polícia Federal.
Teixeira informou que as buscas foram feitas de forma manual e visual pelos agentes, mas também contaram com a ajuda de drones e cães farejadores especializados.
A suspensão dos trabalhos no local é momentânea e pode ser retomada a qualquer momento, dependendo da necessidade das investigações. A área da explosão continua isolada e monitorada pela Polícia Militar.
Reunião com as famílias e o futuro da investigação
Nesta segunda-feira (18), as autoridades têm uma reunião marcada com os familiares das vítimas para apresentar um balanço dos trabalhos. Além das autoridades, o encontro terá a presença da defensoria pública, assistentes sociais e representantes da empresa.
“A gente quer terminar logo isso. Primeiro para dar o conforto para a família poder fazer a despedida e pela questão dos direitos das pessoas com a identidade. Em paralelo a isso, queremos entender o que aconteceu para não cometer nenhuma injustiça”, afirmou o secretário.
As causas do acidente continuam sob investigação da Polícia Civil (PC-PR) e do Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR).