O Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que as mudanças climáticas estão fora de controle. Ele disse que, se continuarmos adiando medidas cruciais pra proteger o meio ambiente, o planeta vai chegar a um ponto catastrófico.
A declaração foi dada justamente na semana em que o planeta bateu vários recordes de calor. Nesta quinta-feira(6), foi o dia mais quente já registrado na terra. A temperatura média global bateu 17,23°C.
O último recorde havia sido na segunda(3) e terça-feira(4) desta semana. Ou seja, foram três recordes de altas temperaturas nesta semana. Isto quer dizer que nunca antes o planeta registrou uma semana tão quente quanto essa.
Segundo o serviço de mudanças climáticas da União Europeia, este mês de junho foi o mais quente já registrado no mundo, ultrapassando o recorde anterior de 2019.
Que são as mudanças climáticas? – Essas mudanças podem ser naturais, como por meio de variações no ciclo solar. Mas, desde 1800, as atividades humanas têm sido o principal impulsionador das mudanças climáticas, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás.
Os efeitos do calor
Um cientista climático da Universidade Brown – universidade que tem um programa de estudos do clima – lembrou que o calor não vem sozinho. Além de matar ecossistemas, ele coloca espécies em risco de extinção.
Esse calor causa um efeito dominó. Um exemplo é a intensificação dos incêndios florestais no Canadá nas últimas semanas. A fumaça dos incêndios chegou até Nova York e isso fez com que, na sexta-feira passada, a qualidade do ar aqui ficasse entre as piores do mundo.
Com isso, mais pessoas procuraram hospitais por conta de problemas respiratórios. Na Antártida, cientistas registraram um encolhimento recorde de placas de gelo e no Oceano Pacífico, o fenômeno El Niño, que é aumento da temperatura das águas da região chegou entre um e dois meses mais cedo do que de costume, este ano.
Nos Estados Unidos, o verão está castigando as pessoas e economias regionais. 20 milhões de americanos estão sob alerta de calor extremo.
Na Flórida, uma placa alerta que a alta temperatura do asfalto pode queimar as patinhas de animais de estimação.
Há meses que que os cientistas alertam que 2023 será um ano de recordes de calor e a tendência poderá agravar-se em 2024.
As altas temperaturas da superfície dos oceanos são um dos principais fatores para esses registros alarmantes, sendo influenciadas tanto pelas mudanças climáticas como pelo fenômeno El Niño, que tem efeitos globais e regionais e é responsável por anos considerados secos ou muito secos.
A ONU confirmou o retorno do El Niño na terça-feira (4), fenomêno que foi responsável pelo ano mais quente já registrado em 2016.