Os dois homens que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, fizeram uma família refém na noite desta sexta-feira (16), roubaram celulares e comida. Ao invadir a casa, os fugitivos usaram um dos celulares das vítimas para fazer uma ligação.
As informações foram confirmadas pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). De acordo com a pasta, o local fica a três quilômetros, aproximadamente, do presídio.
Não houve violência contra os reféns. Segundo a Senappen, a família disse aos investigadores ainda que os dois chegaram pelo mato (a casa fica em zona rural, voltada para a mata), e demonstraram desconhecer onde estavam. Eles perguntavam a todo momento a localização, como se chegava ao Ceará e se estavam longe do litoral.
Os dois fugitivos foram os primeiros detentos a escapar de um desses presídios federais, considerados de segurança máxima. O sistema federal foi criado em 2006. Eles fugiram na última quarta-feira (14).
Uma operação para recapturá-los mobiliza cerca de 300 agentes federais. A forma como ambos escaparam está sendo investigada.
Um buraco foi encontrado na parede da cela, e suspeita-se que eles tenham usado ferramentas destinadas a uma obra interna.
Quem são os criminosos?
Os detentos que fugiram foram identificados como Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, 35 anos. Ambos são naturais do Acre, e respondem por crimes como roubo, tráfico de drogas, organização criminosa e homicídio.
Eles são membros do alto escalão de uma facção criminosa de origem carioca, tendo atuação nacional e internacional.
Deibson Cabral, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, está ligado em 34 processos na Justiça do Acre. Ele responde por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo e já foi condenado a 33 anos de prisão.
Já Rogério da Silva, o “Martelo”, responde processos pelos crimes de homicídio qualificado, roubo e violência doméstica. Ele foi condenado a 74 anos de prisão, repondendo a mais de 50 processos, e tem uma suástica (símbolo do nazismo) tatuada na mão.