Fuga em Penitenciária de segurança máxima leva ministro a afastar diretor

Avatar photo
Há no Brasil cinco penitenciárias federais em funcionamento, classificadas como presídios de segurança máxima.

LEIA TAMBÉM

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou na noite desta quarta-feira (14), o afastamento imediato da atual direção da Penitenciária Federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

A medida foi tomada após a fuga de dois presos da penitenciária, considerada de segurança máxima. 

Penitenciária Federal em Mossoró — Foto: CNPP/Gov

Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”. Ambos são do Acre e estavam na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023.

Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar – preso na mesma unidade – e foram transferidos para o presídio federal de Mossoró após se envolverem em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. A rebelião resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.

É a primeira vez que detentos conseguem escapar de um presídio de segurança máxima do país. Há, no Brasil, cinco penitenciárias federais em funcionamento. Classificadas como presídios de segurança máxima, cada unidade conta com sistema de vigilância avançado com captação de som ambiente e monitoramento de vídeo – material de vigilância que a secretaria afirma ser replicado, em tempo real, para a sede da Senappen, em Brasília.

Além de Mossoró, o sistema federal tem presídios em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF), que recebem presos de alta periculosidade.

De acordo com o ministério, um policial penal federal foi indicado interventor para comandar a unidade de Mossoró. O nome do policial não foi informado na nota divulgada pela pasta. Como os presos fugiram também não foi divulgado.

O policial integra a equipe da pasta que embarcou na tarde desta quarta-feira (14) para a cidade, acompanhando o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, e que vai verificar a operação de recaptura dos detentos.

Mais cedo, o ministério havia divulgado medidas determinadas por Lewandowski diante da fuga dos detentos. Entre elas, o ministro ordenou uma revisão nos protocolos de segurança das cinco penitenciárias federais do país, abertura de inquérito pela Polícia Federal para investigar a fuga e a inclusão dos nomes dos fugitivos na lista da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).