O atestado de óbito da jovem Livia Gabriele da Silva Matos, de 19 anos, que morreu na terça-feira (31) após um encontro íntimo com o jogador Dimas Cândido de Oliveira Filho, do sub-20 do Corinthians, aponta que a causa da morte foi uma ruptura na região genital.
O documento cita que houve “rutura [sinônimo de ruptura] de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda”. Saco de Douglas é o nome dado a uma região genital que fica na parte baixa do abdômen, entre o útero e o reto.
O atestado emitido pelo Hospital Municipal do Tatuapé ainda menciona: “aguarda exames complementares”.
Realizados no Instituto Médico Legal (IML), esses exames complementares — necroscópico, toxicológico e sexológico — devem apontar o que pode ter causado a ruptura na região genital de Livia.
Além disso, esses laudos devem indicar também se Livia consumiu algum tipo de substância, como álcool ou entorpecente.
O advogado da família da jovem afirmou que ainda são esperados os laudos, mas que a ruptura apontada no atestado de óbito aparentemente não ocorre em uma relação sexual normal.
“É tudo muito prematuro ainda. Vai ser acostado [anexado] o laudo do IML, prontuário médico com os primeiros atendimentos. O atestado de óbito deu uma ruptura no fundo do saco de Douglas, uma bolsa, e essa ruptura, aparentemente, numa relação sexual normal ela não rompe. O que está sendo investigado pela polícia, competente delegada que está no caso, é saber se houve violência ou introdução de algum objeto aí”, afirmou o advogado Alfredo Porcer.
Livia Gabriele da Silva Matos estava no apartamento de Dimas na noite de terça-feira (31), quando foi levada ao pronto-socorro do Tatuapé pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi acionado pelo jogador. O atleta ainda afirmou que, durante a relação sexual, a jovem desmaiou e, a partir daí, ele ligou para o Samu e prestou o socorro.
Segundo a polícia, a jovem foi encontrada pelos socorristas com intenso sangramento na vagina e em parada cardiorrespiratória. A equipe de resgate fez massagem cardíaca e a encaminhou para a ambulância, onde a jovem teve outra parada.
No hospital municipal, a jovem ainda sofreu outras duas paradas cardiorrespiratórias. Conforme boletim de ocorrência, o médico informou à família de Livia que ela havia falecido após sofrer as quatro paradas cardíacas e com muita perda de sangue decorrente de uma fissura na vagina.
O caso foi registrado como morte suspeita no 30º Distrito Policial, e o inquérito será conduzido pela 5ª Delegacia de Defesa da Mulher. A Polícia Civil quer detalhes do histórico de saúde de Livia. A investigação aguarda os laudos da perícia e não descarta que tenha ocorrido uma fatalidade.
Livia foi velada e enterrada no Cemitério Vila Alpina na manhã desta quinta-feira (1º), Zona Leste de São Paulo. O corpo seria cremado, mas família decidiu sepultar.