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Coluna Política: Articulações e tretas em Canoinhas

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Partidos discutem internamente lançamentos de candidaturas. Ex-deputado entra no jogo. Convenções que definem oficialmente candidatos acontecem entre 20 de julho e 5 de agosto.

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Todos os possíveis candidatos e candidatas, com vistas às eleições municipais em Canoinhas, vêm se articulando ao nível máximo, principalmente os candidatos ao executivo municipal, em busca dos possíveis vices. Contudo, o cenário muda tão rapidamente que é impossível precisar quantos vão concorrer à cadeira no paço municipal.

A escolha definitiva dos candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, conforme calendário eleitoral, serão realizadas em convenções partidárias entre 20 de julho e 5 de agosto. Após a definição, as agremiações têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.

A Dança das cadeiras

A atual prefeita, Juliana Maciel, que vai buscar a reeleição, parece estar a fazer a dança das cadeiras. Sem pré-candidato definido, dois nomes surgiram nos últimos dias, com probabilidade de fazer uma dobradinha. Luis Mario Dranka e Zenilda Lemos.

Dranka, que até há pouco era Secretário de Desenvolvimento Econômico, pediu exoneração. Empresário no setor industrial da erva-mate, conta com grande prestígio no núcleo empresarial, tanto no município quanto no Estado. A seu favor, conta também que nunca foi político, o que pode atrair eleitores em busca de renovação.

Zenilda é Assistente Social e atualmente também vereadora. Na última semana, o União Brasil lançou seu nome oficialmente como pré-candidata na esfera majoritária. Mesmo com dois nomes, não se duvida que um terceiro ainda possa surgir para concorrer a vice na chapa de Juliana.

A incógnita do MDB

O partido, com Beto Faria também buscando uma reeleição, parece estar ainda com as cadeiras vazias. Célio Galeski é o único nome, até o momento, que foi cogitado publicamente para a vaga de vice (Willian Godoy foi posto para escanteio).

Galeski teve seis mandatos como vereador em Canoinhas (na primeira eleição ficou na suplência), foi secretário municipal na gestão de Beto Farias e de Beto Passos, e atualmente é presidente do Republicanos, partido esse que, por manobra do governador Jorginho Mello (PL), foi parar nas mãos do deputado Jorge Goetten.

Apesar da executiva estadual afirmar que a mudança não afetará os acordos firmados para as eleições de 2024, realizados sob a gestão do então presidente estadual, o ex-governador Carlos Moisés, muita água ainda vai rolar por baixo da ponte, e não será surpresa se o Republicanos, hoje notoriamente contra a atual gestão (leia-se Juliana Maciel), venha a passar de mãos e apoie o PL nas eleições municipais.

A volta de Antônio Aguiar?

Contudo, a bola da vez parece ser o ex-deputado Antônio Aguiar. Aguiar está agora como presidente do PSDB e “no jogo político de Canoinhas”. O jogo, neste caso, seria a própria canditatura a prefeito, ou talvez apoiar o MDB, partido que chegou a pedir sua expulsão em 2017, chamando-o de traidor.

Foto de 2017, quando o então PMDB de Canoinhas pediu a expulsão de Antônio Aguiar — Reprodução

Histórias de traição e conflitos

Para quem não lembra, um dos grandes críticos do ex-deputado era o então vereador e vice-prefeito Wilson Pereira, que o acusava de trair o partido, especialmente na reeleição da dupla Beto Faria e Wilson Pereira. Nessa época, Aguiar os abandonou e partiu para o lado de Beto Passos e Renato Pike. Foi aí que pegou fogo no parquinho. Pike, como todos sabem, foi cria de Aguiar.

Conta a história que após a eleição de 2016, as brigas de vários integrantes do partido com o deputado se tornaram corriqueiras. Chegou ao ponto de Wilson Pereira tirar a cinta — sim, foi isso que você leu —, tirou a cinta para bater no então deputado Aguiar em um evento realizado na UNC aqui mesmo em Canoinhas. Só não foram para vias de fato porque sempre existem os apaziguadores.

Beto Faria, sempre calmo e ponderado, também teve seus rompantes com o ex-deputado, principalmente quando perdeu para Beto Passos a reeleição por detalhes. Muito se atribui a derrota ao não apoio do então deputado Aguiar. Não foram poucas as reuniões do MDB onde Aguiar não era convidado.

O ex-prefeito Leoberto Weinert também não era muito amigável com Aguiar, criticando-o em muitas oportunidades. Em uma ocasião, contam as paredes da prefeitura, Leoberto, então prefeito, chegou a pedir para Aguiar, deputado à época, sair do gabinete, inclusive abrindo a porta e literalmente o mandando embora.

Uma reviravolta ironicamente divertida

O engraçado agora é ver o MDB teoricamente buscando apoio de Aguiar. O ex-deputado terá clima e estômago para retornar ao partido de onde saiu enxotado? Terá clima para sentar na mesma mesa que Wilson Pereira? Talvez tenha, mas o pedido será para Wilson não trazer a fadada cinta, vai que…

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