“O valor da vida não pode ser colocado em uma balança. Podemos decidir quem vai viver ou morrer? Nós estamos aqui para defender o valor da vida.”
Essa foi uma das frases usadas pelo Promotor de Justiça Carlos Alberto da Silva Galdino, que junto com duas promotoras obtiveram a condenação de Gleidson Tiago da Cruz a 14 anos de reclusão em regime fechado, pelo assassinato de Giovane Ferreira da Silva de Oliveira, um vendedor de paçocas, na entrada de um supermercado em Blumenau. O Júri começou às 9 horas da manhã de quarta-feira (26). A sessão durou 10 horas.
Detalhes do caso
Conforme a denúncia, era uma sexta-feira, fim de tarde do dia 3 de novembro do ano passado, quando o réu matou a vítima com 19 golpes de faca, causando lesões que foram a causa de sua morte, de acordo com o laudo pericial.
Gleidson teria ido ao supermercado Giassi, no bairro Victor Konder, com a filha de dois anos e Giovane teria oferecido um doce à pequena, o que supostamente gerou um atrito com o pai. A atitude teria desagradado o réu.
Houve uma discussão, momento em que o homem desferiu golpes com uma haste de metal na cabeça do ambulante, provocando lesões.
Ainda de acordo com a denúncia, depois do desentendimento, Gleidson teria ido até sua casa, que é próxima ao supermercado. Demorou cerca de sete minutos, e retornou ao local armado de uma faca, escondida num carrinho de compras.
Na presença da filha, ele partiu para cima de Giovane, desferindo vários golpes de faca contra o vendedor de paçocas, que atingiram inicialmente a cabeça e as costas do ambulante. A vítima teria caído no chão.
Mesmo ferido, Giovane teria se levantado e corrido em direção ao interior do supermercado. Ele teria sido perseguido pelo condenado, que continuou desferindo mais golpes de faca, só parando quando a arma do crime ficou encravada na coluna cervical do vendedor de paçocas.
Gleidson encontra-se preso desde o dia do crime e o Juízo negou ao condenado o direito de recorrer em liberdade, uma vez que a sua soltura representa perigo ao convívio social.
Vestidos com camisetas brancas, o pai, a mãe, os sete irmãos, e parte dos sobrinhos de Giovane assistiram todo o julgamento. Foram momentos de emoção aos familiares, principalmente quando viram os vídeos do dia do crime e quando a juíza da 1ª Vara Criminal leu a sentença que condenou o réu.
Segundo uma das irmãs da vítima, ele trabalhava como auxiliar de limpeza em uma empresa de asseio e conservação. Como era usuário de drogas abandonou o emprego, optando por viver nas ruas, vendendo doces, e algumas vezes voltando para a casa da família.
*Com informações do Ministério Público de SC