Gambá ou raposa, como também é conhecido no território nacional, o gambá-comum tem como nome científico Didelphis marsupialis. De hábitos noturnos, são comumente encontrados em região urbana, mas tem as áreas verdes, arborizadas e florestas úmidas como habitat natural.
São animais pequenos com 40 a 50 centímetros de comprimento em média, e cauda longa e preênsil que chega a medir quase o comprimento de seu corpo e serve para pendurar-se nos galhos das árvores. É bastante semelhante a um rato, incluindo a cabeça alongada e dentição similar.

Presente em todo o território nacional, tem diferentes espécies e possuem vários nomes de acordo com a região do país.
Geralmente pode entrar numa residência em busca de algum alimento, proveniente de um lixo mal acondicionado ou sobras de ração nos comedouros de cães e gatos. Outra razão é a procura de um local tranquilo e considerado seguro, para fazer um ninho, como os forros das residências.
Para evitar esse hóspede, recomenda-se vedar aberturas, entre telhados e forros da casa, acondicionar o lixo corretamente e retirar sobras de rações.
Não é recomendável acuar o animal, o ideal é que ele encontre o caminho para fuga. Por hábito, o gambá pode procurar um canto mais escuro, para se esconder e quando escurecer sair com maior facilidade e segurança, por enxergar melhor no escuro e ter hábitos noturnos.

A espécie lembra um rato grande e quando acuada arreganha os dentes e elimina uma secreção fétida. É sua forma de defesa, pois não é um animal violento, que parte para o ataque.
O odor característico é liberado por glândulas localizadas na região posterior do corpo. Quando se encontram em situação de perigo utilizam como mecanismo de defesa fingir-se de morto e a liberação de odor fétido, a fim de afastar predadores.
É comumente confundido com o cangambá (Mephitis mephitis) que também libera odor fétido mas não é um marsupial, e sim um mustelídeo e vive em tocas subterrâneas.
O gambá é um marsupial, ou seja, as fêmeas têm útero incompleto e período de gestação curto (apenas 11 a 12 dias). Quando os filhotes, nascem ainda mal formados como fetos, estes migram da barriga da mãe até a bolsa ventral, onde permanecem por aproximadamente 70 dias amamentando-se.
A mãe gambá pode ter em média 21 filhotes por gestação, mas geralmente apenas metade da ninhada sobrevive devido à disputa pela amamentação já que a fêmea apresenta 13 mamas. Estes são transportados pela mãe em seu dorso até os 4 meses de idade enquanto são incapazes de sobreviverem sozinhos.
Possuem uma dieta muito variada. Alimentam-se de insetos, vermes, pequenas cobras, ovos de pássaros e principalmente de frutas sendo grande dispersor de sementes germinadas na floresta. São mamíferos, sendo que quando filhotes alimentam-se de leite materno.
Tem estação reprodutiva na primavera, momento onde são avistados mais facilmente pois saem em busca de parceiros para acasalar uma vez que, fora da estação reprodutiva, tem comportamento solitário, sendo arbóreos e terrestres e podem reproduzir até 3 vezes no mesmo ano.
O sucesso reprodutivo da espécie, cujos filhotes permanecem protegidos na bolsa, e a grande facilidade de adaptação ao meio urbano, são os principais motivos do aumento da população de gambás nas cidades.
O gambá não é um animal perigoso, porém não deve ser domesticado. Pode transmitir zoonoses como por exemplo leptospirose, por meio da urina, e suas fezes transmitem verminoses tanto para humanos como para os animais de companhia. Caso mordam podem transmitir a raiva.
A grande maioria dos gambás são imunes ao veneno de cobras como jararacas, cascavéis e corais sendo predadoras e aliadas na proteção contra ataque de cobras nos centros urbanos. Também tem papel no controle de carrapatos transmissores da febre maculosa, uma vez que alimentam-se destes insetos tornando-se seus predadores naturais.
São ameaçados por sofrerem atropelamentos em área urbana e ataques de cães domésticos e de pessoas que o desconhecem e os enxergam como ameaça.
Caso encontre um exemplar, casal ou família de gambás em sua casa ou quintal, não o mate ou tente removê-lo sozinho.
Entre em contato com a Polícia Militar Ambiental ou Centro de Controle de Zoonoses da sua cidade, que um profissional capacitado irá até o local fazer a remoção e soltura do animal de forma segura e poderá orientar os moradores em caso de ataques ou acidentes no caso de contato com saruês.
Não mate, notifique os órgãos responsáveis e preserve a fauna nativa!