Em uma sessão marcada por forte tensão e grande participação popular, a Câmara de Vereadores de Mirim Doce, no Alto Vale do Itajaí, aprovou neste domingo (22) o impeachment do prefeito Bernardo Peron (UNIÃO). A votação terminou com 6 votos a favor e 3 contrários, resultando na cassação do mandato do prefeito, que foi reeleito em 2024 com 42,63% dos votos válidos.
O processo de impeachment está relacionado a uma denúncia de irregularidades envolvendo R$ 3 milhões. Segundo os acusadores, Peron teria solicitado a repactuação de preços de um contrato sem a aprovação prévia da Câmara de Vereadores.
Durante a sessão, o clima foi de tensão. Temendo ameaças, os vereadores solicitaram reforço no policiamento. Após o anúncio do resultado, apoiadores de Bernardo Peron se revoltaram, iniciando discussões acaloradas com os vereadores. Foi necessária a intervenção policial para conter os ânimos e garantir a segurança no local.
Defesa alega legalidade do ajuste e questiona sessão
A defesa do prefeito argumentou que o ajuste mencionado referia-se a recursos destinados à pavimentação na localidade de Paleta, fruto de uma parceria entre o município e o governo estadual. De acordo com os advogados, nenhuma parte do valor foi empenhada ou paga, o que invalidaria as acusações.
Além disso, a defesa questionou a legalidade da sessão que culminou na cassação.
Os advogados alegam que a posse de um vereador, realizada de última hora, foi utilizada para assegurar a maioria necessária na votação e não descartam pedir a anulação do processo.
Vice-prefeito assume a gestão
Com a cassação de Bernardo Peron, o vice-prefeito Jian Paulo Cardoso (PSD) assume o cargo a partir desta segunda-feira (23) e permanece à frente do Executivo municipal até o término do mandato, em 31 de dezembro.
A situação política em Mirim Doce ainda promete novos capítulos, já que a defesa do prefeito não descarta levar o caso à Justiça para reverter a decisão.