A polícia prendeu no domingo (5), Deise Moura dos Anjos, nora da mulher que preparou o bolo que matou três pessoas em Torres, no litoral do Rio Grande do Sul, em dezembro.
Ela é suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno e três tentativas de homicídio duplamente qualificado. Deise está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres.
Deise Moura dos Anjos é casada com o filho de Zeli dos Anjos há cerca de 20 anos, de acordo com familiares. Eles moram em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
De acordo com pessoas próximas da família, Deise teria uma relação conturbada com a sogra desde o início da relação.
Em seu perfil profissional na internet, Deise afirma ser especializada em contabilidade, com experiência em escritório contábil, empresas do ramo imobiliário, logístico e hospitalar.
O delegado Marcus Vinícius Veloso, responsável pela investigação, afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda de que são “robustas as provas que apontam que ela [Deise Moura dos Anjos] é a autora [dos crimes]”. No entanto, não divulgou detalhes das provas, inclusive o motivo para o crime, porque isso pode atrapalhar a investigação.
“Ela teve a intenção de cometer o crime. Foi um crime doloso”, afirma o delegado Veloso.
A Polícia Civil investiga, ainda, quem era o alvo de Deise ao envenenar o bolo, como ela obteve arsênio e em que momento ele foi colocado na farinha. Ela fez pesquisas na internet sobre arsênio antes do caso, confirmou à RBS TV o Tribunal de Justiça (TJ) do Rio Grande do Sul.
Veneno na farinha, diz IGP
De acordo com Marguet Mittman, diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a fonte da contaminação foi a farinha usada para fazer o bolo consumido pelas vítimas.
De acordo com Marguet, foram coletadas 89 amostras na casa de mulher que fez o bolo. Uma amostra, de farinha, apresentou a concentração de arsênio.
“Foram identificadas concentrações altíssimas de arsênio nas três vítimas. Tão elevadas que são tóxicas e letais. Para se ter ideia, 35 microgramas já são suficientes para causar a morte de uma pessoa. Em uma das vítimas, havia concentração 350 vezes maior”, diz Marguet.