O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou suas redes sociais para lançar um vídeo convocando seus apoiadores para um grande ato em Copacabana, marcado para o próximo domingo (16). Segundo o vídeo, a manifestação será realizada “pela liberdade de expressão” e tem como finalidade defender a anistia para os golpistas do 8 de janeiro, a quem Bolsonaro se referiu como “reféns”. “Vamos dar o recado para o Brasil e para o mundo. Quem tem que decidir nosso futuro é o povo”, diz o político.
O objetivo principal do ato é reunir 1 milhão de pessoas em apoio à concessão de anistia aos acusados – entre eles o próprio Bolsonaro – por suposto envolvimento na tentativa de golpe contra a eleição do presidente Lula (PT).
Com início previsto para as 10h da manhã, o evento busca pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a conceder anistia a todos os investigados e réus relacionados aos tumultos ocorridos naquele dia.
A convocação ganhou força com o apoio de figuras do espectro bolsonarista. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, também divulgou um vídeo em que participaram nomes como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Magno Malta (PL-ES), os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO), além do pastor evangélico Silas Malafaia.
Durante sua fala, Flávio destacou que “as centenas de presos e perseguidos políticos mais do que nunca precisam de todos nós”, fazendo referência aos réus envolvidos na invasão da Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Embora inicialmente o ato também contivesse pautas para o impeachment do presidente Lula, o tema foi desautorizado pelo próprio Jair Bolsonaro. Agora, de acordo com os organizadores, a estratégia concentra-se em pedir “Anistia Já” e “Fora Lula 2026”.
Bolsonaro foi indiciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa em 18 de fevereiro. Agora, o STF aguarda a manifestação da PGR sobre as defesas prévias apresentadas pelo ex-presidente e outros 33 indiciados.
Se a 1ª Turma da Corte aceitar a acusação, Bolsonaro e os outros denunciados se tornam réus e o processo penal é iniciado. Na última semana, parlamentares petistas acionaram a PGR para impor medidas cautelares contra o ex-presidente. Entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica.