Anderson Hasse, suspeito de sequestrar a filha de 8 anos há 15 dias em Santa Catarina se escondeu com a menina na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, segundo a Polícia Civil.
A prisão, na noite de quinta-feira (20), foi confirmada pela polícia catarinense, de onde Anderson partiu com a menina de Ilhota, no Vale do Itajaí. Os dois tinham sido vistos pela última vez em 1º de março. A Delegacia foi comunicada do desaparecimento seis dias depois.
“Estava homizado [fugindo da Justiça] na Rocinha e decidiu por bem entregar a criança para se defender da melhor forma”, completou o delegado. Hasse, que estava com mandado de prisão em aberto desde 14 de março, é suspeito de sequestro e cárcere privado.
A polícia não soube informar se ele havia alugado imóvel na região ou se estava hospedado na casa de conhecidos. Sua movimentação durante os 15 dias em que ficou desaparecido segue sendo investigada.
Segundo o delegado Bruno Fernando Alves de Oliveira, a família está a caminho da capital carioca nesta sexta-feira (21) para buscar a criança, que está bem. Ela foi encaminhada a um abrigo à espera da família.
A corporação informou que ele se entregou no posto policial da Rocinha, bairro onde estava escondido, e permanecerá no Rio de Janeiro até ser transferido para um presídio em Santa Catarina. A mudança será solicitada pela Polícia Civil catarinense após o suspeito passar por audiência de custódia, nesta sexta-feira, informou o delegado.
Motivações
Hasse vendeu o próprio carro e instrumentos musicais e também fez um empréstimo bancário para financiar a fuga. Ele teria arrecadado mais de R$ 60 mil, quantia sacada das próprias contas bancárias, segundo a polícia.
Além do planejamento da fuga, Hasse fazia alienação parental para manipular a filha a se afastar da mãe. Segundo a polícia, essa prática ocorria há meses e foi um fator determinante para a perda dele da guarda da menina.
“A família da mãe conseguiu demonstrar que ele vinha alienando a criança, e houve a alteração da guarda. Quando muda-se a guarda, os familiares maternos tomam conhecimento desses supostos abusos. Acreditam que tudo não passa de uma invenção do Anderson em razão da perda da guarda”, declarou o delegado.
Alienação parental acontece quando um dos genitores, avós ou alguém que tenha a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância tenta exercer influência com o objetivo de romper os laços da criança ou adolescente com a outra pessoa.