Ministro do governo Lula pede demissão após escândalo de fraudes no INSS

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Investigações apontam que o ministro foi alertado ainda em 2023 sobre indícios de irregularidades, mas demorou quase um ano para tomar providências.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (2), após semanas de forte pressão política e desgaste público. A saída foi oficializada após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto.

A gestão de Lupi vinha enfrentando uma crise desde que a Polícia Federal revelou um esquema de fraudes e desvios de recursos ligados a aposentadorias e pensões no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), órgão vinculado ao ministério.

Investigações apontam que o ministro foi alertado ainda em 2023 sobre indícios de irregularidades, mas demorou quase um ano para tomar providências.

A permanência de Lupi se tornou insustentável diante do crescimento das críticas dentro e fora do governo. Uma pesquisa da AtlasIntel revelou que 85,3% dos brasileiros eram favoráveis à saída do ministro. A oposição também intensificou ataques ao presidente Lula, utilizando a operação da PF para desgastar o governo.

Apesar de negar envolvimento nas irregularidades e afirmar que não é citado nas investigações, Carlos Lupi não resistiu ao isolamento político.

Um episódio emblemático dessa perda de prestígio ocorreu na semana passada, quando Lula nomeou, sem consultar Lupi, o novo presidente do INSS, o procurador federal Gilberto Waller. O antecessor, Alessandro Stefanutto, havia sido indicado pelo agora ex-ministro.

Lupi é presidente licenciado do PDT e aliado histórico do PT. Foi ministro nos governos anteriores do partido e também deixou o cargo de Ministro do Trabalho no governo Dilma Rousseff (PT), à época também sob denúncias de corrupção.

O novo titular da pasta será Wolney Queiroz, ex-deputado federal e secretário-executivo do ministério. Ele era o número dois da equipe de Lupi e assume em meio ao desafio de recuperar a credibilidade da Previdência Social e conter os danos políticos à gestão Lula.

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