Em menos de três dias, o número de supostas vítimas da organização criminosa desarticulada na Operação Entre Lobos aumentou em mais de 50%, passando de 215 para 330 pessoas.
A operação foi deflagrada na última terça-feira (22) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), em apoio à Promotoria de Justiça de Modelo, no Oeste de Santa Catarina.
Segundo o Ministério Público, outras 115 pessoas procuraram as autoridades após a deflagração da operação, o que pode elevar ainda mais o número de lesados, já que há muitas ações judiciais ligadas ao escritório de advocacia investigado.
As vítimas são, em sua maioria, idosos e aposentados enganados com promessas de revisão de contratos bancários e induzidos a assinar contratos de cessão de crédito judicial por valores muito abaixo do devido.
Casos analisados mostram a gravidade do golpe: uma vítima que tinha direito a R$ 146 mil recebeu apenas R$ 2,5 mil; outra, com crédito de R$ 117 mil, também recebeu apenas R$ 2,5 mil. Estima-se que mais de mil pessoas possam ter sido prejudicadas em diversos estados do país.
A Operação Entre Lobos cumpriu 13 mandados de prisão — oito preventivas e cinco temporárias — e 35 mandados de busca e apreensão em 12 municípios de cinco estados: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, Bahia e Alagoas.
Dez suspeitos estão presos no Presídio de Chapecó, enquanto três foram detidos fora do estado — dois em Salvador (BA) e um em Planalto (RS).
Durante a ação, foram apreendidos R$ 115,7 mil em espécie, além de 6,7 mil dólares e euros, sete veículos e duas armas com 60 munições. As empresas Ativa Precatórios e BrasilMais Precatórios eram usadas como fachada para os golpes, e o esquema movimentou mais de R$ 6 milhões, com menos de 10% dos valores repassados às vítimas.
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O nome da operação faz referência ao caráter predatório do grupo, que se aproveitava da confiança dos clientes. A palavra “Lobos” também é uma homenagem a uma das vítimas, de sobrenome Wolf, que morreu durante as investigações sem receber os valores devidos.
O Ministério Público pede que outras possíveis vítimas procurem a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência. “É fundamental que todas as vítimas se manifestem para dimensionar o alcance dos crimes e garantir a responsabilização dos envolvidos”, destaca o promotor Edisson de Melo Menezes.