O encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Donald Trump (EUA) gerou reações distintas, incluindo críticas diretas de um aliado próximo do líder norte-americano. O advogado de Trump, Martin de Luca, usou as redes sociais para ironizar as declarações de Lula após a reunião.
Em uma série de postagens, De Luca minimizou o impacto do encontro, afirmando que “nunca tão pouco” teria gerado tantas “declarações de grande progresso”. A crítica foi uma referência direta às falas do presidente brasileiro, que havia classificado a reunião como “construtiva” e expressado otimismo sobre um acordo iminente entre os dois países.
Em tom sarcástico, o advogado de Trump questionou a necessidade de validação do líder brasileiro:
“Quando você está tão desesperado por validação, até mesmo voar 24 horas para uma sessão de fotos na Malásia se torna um ‘encontro histórico’.”
O aliado de Trump continuou as críticas, questionando o silêncio do lado americano em contraste com o otimismo brasileiro.
“Você sabe que um encontro foi um sucesso retumbante quando um lado fica em completo silêncio e o outro se apressa em declará-lo ‘ótimo’, escreveu De Luca.
“Papai mandou um alô e Lula está comemorando como se tivesse vencido a Segunda Guerra Mundial”
A frase vem de uma publicação feita por Martin De Luca na plataforma X nas redes sociais. A postagem de De Luca, que terminava com a frase “Papai mandou um alô e Lula está comemorando como se tivesse vencido a Segunda Guerra Mundial”, foi amplamente parodiada online . O absurdo de comparar uma breve oportunidade de foto a uma vitória na Segunda Guerra Mundial tornou a frase um meme popular, principalmente entre aqueles que se opõem ou desejam zombar de Lula.
Neste contexto, “Papai” é uma referência satírica a Donald Trump. A frase é uma forma jocosa de caracterizar o encontro como se Lula estivesse buscando a aprovação de uma figura de autoridade superior, uma tática comum em ataques políticos.
Imprensa internacional vê encontro com cautela
A reunião entre Lula e Trump ganhou amplo destaque na imprensa internacional, com avaliações que variaram da cautela à esperança de reaproximação.
O jornal norte-americano The New York Times avaliou em artigo que ambos os presidentes pareciam “agitados” e tinham “poucas respostas” concretas sobre as negociações.
A matéria destacou a resposta evasiva de Trump a um jornalista, pouco antes da reunião. Ao ser questionado se a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro estaria na pauta — algo que Trump havia indicado anteriormente como motivo para o “tarifaço” contra o Brasil —, o republicano respondeu: “não é de sua conta”.
O jornal lembrou ainda que Lula levou uma pauta detalhada, escrita em inglês, para entregar a Trump, e que o brasileiro teria reclamado que ambos estavam “perdendo tempo” respondendo à imprensa antes do início da conversa.
Em outra linha, o jornal espanhol El País publicou que Trump e Lula “finalmente se aproximam”, classificando o momento como o fim de “uma das piores crises na relação entre EUA e Brasil em dois séculos”.
A Aljazeera, do Catar, e a agência Bloomberg focaram no tom positivo adotado por Trump durante o encontro. A Bloomberg destacou a fala do presidente americano, que declarou que “se deu muito bem” com Lula.





