Ex-deputado do PT morre esfaqueado pelo filho em surto, em São Paulo

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O ex-deputado estadual pelo PT, Paulo Frateschi, morreu na manhã desta quinta-feira (6) após ser brutalmente esfaqueado pelo próprio filho, Francisco Frateschi, em uma residência na Zona Oeste de São Paulo. A vítima tinha 75 anos. A informação foi confirmada, por meio de nota, pelo Partido dos Trabalhadores.
O ex-deputado chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital das Clínicas (HC), no Centro da capital, mas não resistiu aos ferimentos.
O Crime e o surto
Policiais militares foram acionados para atender a um caso de agressão em uma residência na Rua Ponta Porã, no bairro da Lapa. Ao chegarem ao imóvel, encontraram Francisco em surto psicótico.
Segundo a PM, o agressor atacou o pai com golpes de faca, atingindo-o na cabeça e no braço. Policiais relataram ter encontrado Paulo caído no chão da cozinha, com “grande quantidade de sangue espalhada pelo chão”. A faca foi encontrada na pia e apreendida.
Durante o surto, Francisco também agrediu a mãe e a irmã. A mãe, ao tentar intervir, foi agredida e sofreu uma fratura em um dos braços. A irmã teve um dedo quebrado e foi mordida pelo agressor.
O tenente-coronel da PM, Helder Antônio de Paula, descreveu a dificuldade da abordagem: “Teve todo um trabalho de poder dominá-lo de um quadro psicótico que ele não era responsivo. Ele não conseguia entender as ordens, falava de forma desconexa e estava bem agressivo”.
Contexto familiar
Segundo amigos da família, Francisco começou a apresentar problemas psiquiátricos após um acidente. A família, que se divide entre a casa no Alto da Lapa e outra em Paraty (RJ), estava na capital paulista justamente para providenciar a internação do filho.
Francisco Frateschi foi detido pela Polícia Militar, sedado no local e levado por uma ambulância para a UPA da Lapa. Até o início da noite, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não havia informado se ele seria encaminhado a uma delegacia ou unidade prisional.
Trajetória Política
Frateschi é membro histórico do PT. Quando estudante, se opôs e combateu a ditadura militar. Em 1969 foi preso e torturado pelo regime. Mais tarde, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, do qual é filiado desde os primeiros anos.
Também exerceu o cargo de secretário municipal de Relações Governamentais nas gestões de Marta Suplicy e de Fernando Haddad.
Teve uma longa trajetória política no Partido dos Trabalhadores, e era reconhecido por sua atuação histórica no movimento sindical e em causas sociais. Amigo pessoal do presidente Lula (PT), sua morte gerou forte repercussão entre seus pares.
O velório será realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) nesta sexta-feira (7).
























