Falso médico atuava em hospital e unidade de saúde de Atalaia, no norte do Paraná. Foto: Reprodução/RPC |
A fraude foi descoberta porque o suposto profissional teve dificuldade para atender um paciente que estava em parada cardíaca. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) precisou ser chamado para atender de forma adequada o paciente.
O caso foi denunciado à Secretaria Municipal de Saúde que descobriu que o homem estava trabalhando com o registro do Conselho Regional de Medicina de um outro médico de União da Vitória, que fica no sul do estado.
O homem trabalhava em Atalaia há dois meses e atendia com o nome de Lizandro Traesel. O CRM está no nome do médico Lisandro Traesel, que tem mais de 20 anos de formado e hoje atua como Pediatra em Cruz Machado.
Antes de atuar em Atalaia, o falso médico já tinha trabalhado em outras cidades sem nunca levantar suspeita. O doutor Lizandro, como era conhecido, cumpria escalas de plantão no hospital de Atalaia e em uma unidade de saúde desde junho.
Formado na Bolívia
Quando descobriu o problema, a secretária de Saúde Cristiane Oliveira chamou o funcionário para dar explicações. Ele disse que fez medicina na Bolívia, mas não conseguiu revalidar o diploma e, por isso, usava o CRM de outro médico.
Depois disso, segundo a secretária, ele saiu apressado da unidade, entrou no carro e desapareceu.
Cristiane Oliveira afirma que no momento que foi cadastrá-lo como prestador de serviço, o homem entregou cópias do diploma e do registro do Conselho Regional de Medicina. Mas, ele pediu para não incluir o nome dele no sistema de saúde.
“Ele não queria que cadastrasse porque tinha um concurso em Cruz Machado e que ficaria ruim para ele. Fiquei em dúvida, pesquisei na internet e realmente tinha um concurso com o nome e CRM dele. Depois disso, fiquei tranquila“, lembra a secretária.
O verdadeiro Lisandro Traesel, dono do CRM utilizado pelo falso médico, disse que já fez cinco boletins de ocorrência contra o falsário e já denunciou o caso ao CRM.
“Desde 2013 sei da existência dessa pessoa. Ele atua desde essa época com o meu CRM em municípios do norte do Paraná, eu nunca trabalhei nessa região, sempre trabalhei no sul do estado. Já fiz 5 boletins de ocorrência, já avisei o CRM, mas nada foi feito. Estou estarrecido, isso é um absurdo”, lamentou o médico.
Por meio de nota, o Conselho Regional de Medicina no Paraná informou que está reunindo informações para se posicionar, pois se trata de questão da esfera policial e criminal.