Natal e réveillon “pintam” uma tela em que ser feliz é uma obrigação, mas é tudo ilusão. |
Natal e réveillon pintam uma tela em que ser feliz é uma obrigação.
Porque nos sentimos deprimidos entre o Natal e o Ano Novo?
Parte do problema é o bombardeio durante o período de festas, destacando imagens e situações felizes e satisfeitas de forma exagerada –para não dizer forçada.
O Natal também é tempo de solidariedade e amor ao próximo, quando as emoções ficam à flor da pele. Configura-se, então, o compromisso de uma alegria plena.
Aos que não têm esse cenário “perfeito” no fim de ano, o sentimento pode ser de melancolia, tristeza e solidão.
A exibição constante de momentos felizes dos outros pode servir como um lembrete doloroso da felicidade e de amor que está faltando em nossas próprias vidas.
O coração, então, parece vazio e a vida, sem sentido. A saudade de uma pessoa que se foi, as lembranças da infância, reafirmar relações desgastadas e muitas outras coisas que nos levam ao fundo do poço e sem uma solução à vista. São pensamentos e sentimentos que rodam em uma espiral descendente e infinita.
Isolamento social
O isolamento social é um dos maiores preditores da depressão, especialmente durante as festas de final de ano. Pessoas que estão sozinhas ou que têm sentimentos de desconexão muitas vezes evitam interações sociais nesta época.
Esses indivíduos podem ver outras pessoas passando o tempo com a família ou divertindo-se com amigos –principalmente nos dias de hoje, com a exposição excessiva da vida alheia– e se perguntam: “Por que não pode ser eu?” ou “Por que todo mundo é mais feliz do que eu?”.
Neste caso, a melhor solução é procurar interagir com outras pessoas, por mais difícil que isso possa parecer. É preciso encarar a solidão assim como encaramos a sede: procuramos inverter o quadro com uma atitude contrária à situação.
Para muitas pessoas, a época de festas de fim de ano são uma lembrança dolorosa do que um dia já foi. Isto é especialmente verdade para as pessoas que tenham sofrido uma perda significativa, como a morte de um cônjuge ou o término de um relacionamento.
Ao imaginar como este período irá se desdobrar após uma perda, é preciso incluir todos os altos e baixos em suas expectativas.
Para aqueles que sofreram alguma perda e sentem um enorme vazio nesta época do ano, é importante realizar algumas ações que aliviam a depressão, como:
Esqueça a perfeição. Muitas pessoas se desesperam quando não conseguem ter uma casa de cinema para o natal, ou um banquete digno da realeza, ou presentes que não são bons o suficiente. Esse cenário ideal não existe.
Peça ajuda. Seja para amigos próximos ou família, não pense duas vezes ao pedir para uma pessoa dar apoio, desde realizar tarefas simples do dia a dia até tomar um café e ouvir o seu desabafo.
Se apesar dos esforços você se encontra deprimido, ansioso ou com sintomas físicos como dificuldades para dormir, irritabilidade e aperto no peito, é preciso procurar ajuda profissional para reverter o quadro de depressão.
Procure ajuda profissional se você precisar dele. O auxílio de um psicólogo pode ser muito valioso para que seja possível superar de vez essa sensação tão angustiante que custa a passar.
Não deixe que as festas de fim de ano sejam desagradáveis e traumáticas. Ao invés disso, procure prevenir a depressão ao reconhecer os gatilhos que disparam a tristeza nessa época do ano e contorne a situação de forma planejada e sistemática. A sua saúde mental e espiritual agradecem!
Fim de ano – Há solução?
É possível fazer com que esses sentimentos ditos “negativos” não sejam tão opressores quanto parecem.
Veja, sem perceber você já deu o primeiro passo: identificar seus sentimentos. Pode parecer algo simples, mas o autoconhecimento é uma das etapas mais importantes. Sem isso, não há como procurar ajuda.
Sim, nem sempre a mudança acontece de forma solitária. O relacionar-se com outras pessoas pode ser aquele clique interno que aponta para um caminho diferente.
O comum é ouvirmos dos amigos o clichê “não fique assim” ou “fique bem”, seguido de conselhos que não funcionam para você: para ser diferente, com pensamentos positivos e blá-blá-blá.
O que sabemos é bem diferente do que sentimos.
Não há fórmulas e dicas prontas para resolver sua vida. Não que deixem de ser válidas, mas a mudança é um processo contínuo, completamente individual e, acredite, mais possível do que se apresenta.
Mas a mudança real acontece de você para você mesmo. Pode parecer lugar-comum, contudo, o seu olhar é que modifica tudo ao seu redor.