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Ser vereador não é “sentar a bunda na cadeira” e depois pensar “qual o meu papel nesse lugar”?

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Nas eleições municipais de 2016, 117 pessoas candidataram-se ao cargo de vereador (a) em Canoinhas, (36 eram mulheres), conforme informação do Tribunal Superior Eleitoral.

Destas candidaturas, algumas foram indeferidas, quer por ausência de requisito de registro ou por simples desistência do canditado (a).

Mesmo assim,  mais 100 pessoas, com idade entre 24 e 72 anos,  \”brigaram\” por uma das 10 vagas na Câmara Municipal.

As ocupações (profissões) dos candidatos variaram muito: desde empresários, estudantes e funcionários públicos até caixeiro-viajante, encanador, cabeleireiro, agricultores, donas de casa, aposentados e, pasmem, até um Ministro de Estado apareceu.
E qual será a explicação para que tantas pessoas se candidatarem para disputar a eleição para vereador, o menor cargo na hierarquia política do país?

Talvez porque para se candidatar à vereador seja muito simples. Dentre outras condições, precisa \”ser alfabetizado\” (não se exige grau de escolaridade).

Ou talvez porque o que deveria ser um cargo para a representação da comunidade, se transformou em emprego, equiparado a cargo público e com salário de alta direção, equivalente ao de um executivo ou gerente de uma empresa.

O que os candidatos não podem esquecer é que \”Ser político não é profissão\”. É encargo. Encargo passageiro de quem se comprometeu a servir ao próximo; a representar a vontade popular; a colaborar para os destinos do país.

Em algumas cidades do mundo, vereadores não ganham nada. Em outras, têm apenas um pequeno auxílio.

Há também os que ganham bons salários, como em Toronto, no Canadá, mas a função exige dedicação exclusiva.

A questão, portanto, que se coloca é: como então no Brasil — principalmente nos municípios menores — onde os recursos são escassos e as necessidades básicas do cidadão são amplas, podemos nos dar ao luxo de gastar tanto com vereadores?

Será preciso uma Lei para retirar ou diminuir o subsídio dos edis? Não.

É plenamente possível que as próprias Câmaras Municipais, pressionadas pela população local, aprovem leis extinguindo ou reduzindo os subsídios dos vereadores para valores módicos, simbólicos (por exemplo um salário-mínimo).

Para isso é fundamental que a sociedade civil e, principalmente, os eleitores destes municípios se posicionem, exigindo dos vereadores recém-eleitos, efetivo compromisso com a extinção ou redução dos subsídios logo no início da próxima legislatura.

Isso afastará do cenário político uma série de figuras pitorescas — bem identificadas na propaganda eleitoral — cujo intento de ingresso nas Câmaras Municipais é unicamente fundado no percebimento de subsídios ($$$$) pela participação em cerca de 8 sessões por mês.

O futuro candidato deve lembrar que o vereador é o agente público mais próximo ao eleitor e que cabe a ele elaborar as leis que regrarão a conduta da sociedade e dos seus representantes. Não são tarefas fáceis. 
Para executar de maneira adequada e eficiente sua função, o vereador precisa estar muito preparado para tornar-se conhecedor dos trâmites legais e das estruturas burocráticas da administração pública, então, não basta ser \”apenas alfabetizado\”.

Não basta \”sentar a bunda na cadeira\” e mostrar disposição no primeiro ano de mandato, decaindo no segundo, se arrastando no terceiro e \”voilá\” mostrando uma disposição fora do comum no último ano, ou, dando graças que acabou o mandadto.

É o que acontece com os candidatos \”despreparados\” que assumem o cargo sem saber o que ele realmente representa. Acaba se tornando um fardo.

Lembramos aqui e fazemos uma analogia do cargo de vereador ao romance de Milan Kundera, \’A Insustentável Leveza do Ser\’.

O romance nos mostra como, na vida, tudo aquilo que escolhemos e apreciamos pela leveza acaba bem cedo se revelando de um peso insustentável. Pense nisso antes de candidatar-se ou eleger seu próximo vereador!

*Por Editorial Canoinhas Online

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