Preços dos alimentos pressionaram a inflação em 2020. Foto: Helena Pontes/Agência IBGE |
IBGE – A inflação fechou 2020 com alta de 4,52%, a maior desde 2016, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE divulgado ontem (12).
Com o resultado, o índice do ano ficou acima do centro meta, definido pelo Conselho Monetário Nacional, que era de 4,0%, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (2,5%) ou para cima (5,5%). Em 2019, a inflação foi de 4,31%.
No ano passado, a alta de 14,09% nos preços de alimentos e bebidas pesou no bolso dos brasileiros.
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, explica que esse crescimento, o maior desde 2002 (19,47%), foi provocado, entre outros fatores, pela demanda por esses produtos, a alta do dólar e dos preços das commodities no mercado internacional.
Foi um movimento global de alta nos preços dos alimentos, num ano marcado pela pandemia de Covid-19. Os preços do óleo de soja (103,79%) e do arroz (76,01%) dispararam no acumulado do ano passado.
Outros itens importantes na cesta das famílias também tiveram altas expressivas, como o leite longa vida (26,93%), as frutas (25,40%), as carnes (17,97%), a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%).
Segundo Kislanov, a inflação também foi puxada pela habitação (5,25%), cuja alta foi influenciada pelo aumento da energia elétrica (9,14%).
Os artigos de residência também pesaram mais, por conta do efeito dólar sobre os preços dos eletrodomésticos, equipamentos e artigos de TV, som e informática.
Em conjunto, alimentação e bebidas, habitação e artigos de residência responderam por quase 84% da inflação de 2020.
O único grupo a apresentar variação negativa, observa o gerente do IPCA, foi vestuário (-1,13%). Por conta do isolamento social, as pessoas ficaram mais em casa, o que pode ter diminuído a demanda por roupas.