Mãe de menina assassinada em SC não demonstrou emoção, diz delegado

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Mãe mudou a primeira versão apresentada ao saber que o companheiro seria preso temporariamente.

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O delegado André Beckman Pereira, que está à frente das investigações sobre a morte de Luna Nathielli Bonett Gonçalves, de 11 anos, ocorrido em Timbó, na última quarta-feira (14), disse que a mãe da menina, que confessou o crime, não demostrou emoções durante o depoimento à polícia.

“Ela não mostrou nenhum tipo de emoção, apenas ficou olhando para baixo e falando baixo. O padrasto até se emocionou. Ele me contou que foi ameaçado”, comentou o delegado.

Segundo o delegado, o padrasto chorou ao contar que perdeu os empregos nas academias em que trabalhava e que era apontado na rua como culpado. De acordo com a Polícia Militar, o homem de 41 anos tem passagens por crimes como violência doméstica, dano, lesão corporal e estelionato.

A mulher estava em um relacionamento com o professor de jiu-jitsu há cerca de um ano. Ela morava com ele e os três filhos de companheiros anteriores em uma casa no bairro Imigrantes, que pertence ao suspeito. Luna era a mais velha e tinha uma irmã de seis anos e outro de nove meses.

De acordo com a polícia, a mulher teria se responsabilizado pelo homicídio ao saber que o companheiro, padrasto de Luna, seria preso temporariamente. Com isso, foi detida também. Durante a confissão da mulher na sexta-feira (15), o homem permaneceu em silêncio.

Inicialmente eles disseram que Luna havia caído da escada por conta de um gato, machucou-se, jantou, tomou banho e foi dormir. Depois da meia-noite, ao verem que a menina não estava bem, acionaram o socorro, porém já era tarde. A criança já chegou morta ao hospital. A perícia não encontrou vestígios de comida no intestino da menina.

A médica que atendeu a vítima no hospital acredita que ela morreu quase quatro horas antes de chegar à unidade de saúde. E também, na casa não há felinos, garantem os vizinhos.

O atestado de óbito de Luna mostra a brutalidade com que a adolescente foi assassinada. Conforme o laudo, a garota sofreu politraumatismo. Ela tinha lesões internas no crânio, baço, pulmão, intestino, uma laceração na vagina e também estava com o rosto machucado.

O laudo deve ficar pronto em até 10 dias, porém os peritos já adiantaram é que a vítima tinha uma laceração na vagina, o que indica violência sexual. O autor do crime ainda é desconhecido, mas o nome do padrasto não é descartado. Neste momento do inquérito, várias possibilidades estão sendo analisadas.

O delegado não revela algumas delas para não atrapalhar as investigações, mas está confiante de que as respostas serão dadas dentro do prazo legal de 30 dias. Os moradores de Timbó esperam por elas. E desejam justiça.