Os palcos do Festival de Dança de Joinville , no Norte catarinense, receberam a bailarina Vitória Bueno, que nasceu com má formação congênita e sem os dois braços. Além de dançar, a jovem de 18 anos também palestrou para o público na terça-feira (26).
“Eu não tenho limites para sonhar, a minha deficiência é só um detalhe. Então vou continuar lutando e correndo atrás dos meus sonhos”, celebra.
Nesta semana, a bailarina se apresentou pela primeira vez nos palcos abertos do maior festival do mundo em número de inscritos.
“Eu fico muito feliz porque sempre foi meu sonho conhecer o maior festival de dança do mundo e vendo que, além de dançar, vou palestrar para contar um pouquinho da minha história, é algo difícil de acreditar, surreal”, comenta.
Sem os braços, a bailarina de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, aprendeu a utilizar os pés para todas as atividades do dia a dia.
A habilidade despertou o interesse dela pela dança. Aos 5 anos, ela foi apresentada ao balé clássico por uma das fisioterapeutas da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que viu que a menina dançante poderia ter um futuro promissor.
A fisioterapeuta se inspirou após assistir a um vídeo de uma bailarina americana sem os dois braços.
Destaque internacional
Em 13 anos de carreira, Vitória se destacou em um dos maiores concursos de talentos da televisão da Alemanha, onde conquistou o segundo lugar. Ela foi convidada a participar por meio dos produtores do programa, sendo a única brasileira da grupo de candidatos.
Assim como os outros participantes, ela fez o processo de seleção. A primeira fase aconteceu em agosto do ano passado. Com uma coreografia de jazz lírico e uma música da Beyoncé, que fala sobre deixar sua marca e legado no mundo, a mineira emocionou os jurados e conquistou o direito de ir direto para a final do concurso.