Parlamentares da base governista iniciaram um movimento de pressão para que o passaporte de Jair Bolsonaro (PL) seja apreendido nos próximos dias.
Em pedidos e ofícios encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Polícia Federal (PF), deputados e senadores alegam a necessidade de se proibir a saída do ex-presidente do país durante investigações em curso. A iniciativa foi da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e do deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), ambos membros da CPMI.
Sem estar indiciado ou nem sequer convocado para prestar depoimento, o ex-presidente pode sair a qualquer momento do país e não existe, neste caso, qualquer possibilidade de que ele possa ser barrado antes de embarcar.
Em requerimento protocolado na Suprema Corte na sexta-feira (18), os deputados justificam a retenção do documento para evitar “prejudicar os processos de investigação ou comprometer a integridade das evidências”. A solicitação foi encaminhada ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Polícia Federal analisa apreensão do passaporte de Bolsonaro
Em maio deste ano, quando Alexandre de Moraes determinou a apreensão do passaporte de Bolsonaro, a Polícia Federal não julgou necessário. Na ocasião, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse: “Não é objeto da investigação. Portanto, o entendimento comum é da desnecessidade [da retenção do passaporte]. Pelo menos no momento”.
Àquela altura, a Polícia Federal investigava fraudes em cartões de vacinação. Agora, porém, a avaliação de integrantes da PF é que a situação mudou.
Policiais que atuam no caso das joias acreditam que o avanço das investigações tem deixado Bolsonaro acuado. E que uma fuga ao exterior não seria algo inimaginável.
Na corporação, o sentimento é que uma viagem de Bolsonaro ao exterior, mesmo que sem a intenção de fuga, respingaria na imagem da PF. Sobretudo já havendo uma determinação de Moraes para a apreensão. Em suma: mais de três meses após o despacho do ministro do STF, a retenção do passaporte de Bolsonaro voltou a ser discutida també dentro da Polícia Federal.
Bolsonaro é alvo da investigação conduzida pela PF sobre um suposto esquema de venda ilegal de presentes oficiais. Além disso, ele teve o nome citado por Walter Delgatti durante depoimento à a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro por supostamente promover ações para colocar em cheque a credibilidade das urnas eletrônicas.
*Com informações de UOL, CNN Brasil e Metrópoles.