No dia 15 de abril de 2021, Cláudio Roque Andrezevski Herbst, de 27 anos, não resistiu aos ferimentos provocados por disparos de arma de fogo e morreu horas depois de dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento de Canoinhas. Segundo a Polícia Militar, foram encontradas 9 cápsulas em seu corpo.
Herbst foi baleado no início da noite daquela quinta-feira, em frente a sua residência, na Rua Marechal Floriano, próximo ao quartel da Polícia Militar de Canoinhas. Os suspeitos do crime – o autor dos disparos e o mandante – foram presos no mesmo dia em Guarapuava, no Paraná. De acordo com a polícia, o crime teve motivação passional.
O agricultor Nelvir de Jesus Gadens é acusado de ser o mandante, e Ademir Alves e Marcio Gabriel Mariano, apontados como executores do assassinato.
Crime passional
Nelvir Gadens foi casado durante 10 anos. O casal morava em Guarapuava (PR). O relacionamento teria acabado no final de 2020, e no início de 2021, a ex-mulher de Nelvir foi viver com a vítima [Cláudio Herbst] em Canoinhas.
Quando Cláudio foi assassinado em sua casa, a mulher imediatamente acusou o ex-marido de ser o mandante do crime. A motivação seria ciúmes.
Julgamento anulado
No dia 18 julho de 2023, os acusados estavam sendo julgados pelo Tribunal do Júri da Comarca – com um imenso aparato preparado pela equipe de 10 advogados de Nelvir Gardens – quando a sessão deu uma guinada. O Conselho de Sentença (jurados) foi dissolvido e o julgamento anulado.
O fato aconteceu após a inquirição de uma testemunha protegida (um policial civil), que revelou uma nova prova para o crime, que aparentemente havia passado despercebido nos autos. O advogado de defesa de Nelvir, Cláudio Dalledone, não concordou em anexá-la ao processo.
Como nem defesa, nem acusação tinham conhecimento do fato, o Juiz da Vara Criminal da Comarca de Canoinhas, Eduardo Veiga Vidal, afirmou que não havia como prosseguir com o julgamento omitindo dos jurados uma prova importante.
Com a guinada da sessão, Nelvir Gadens, que respondia o processo em prisão domiciliar, teve decretada a prisão preventiva. Após a anulação do julgamento, ele foi levado, junto com os outros dois acusados, ao Presídio Regional de Canoinhas.
Nesta mesma sessão, Dalledone pretendia apresentar provas de que a namorada da vítima, dias antes do julgamento, teria trocado mensagens com o ex-marido – acusado de ser o mandante do crime – sugerindo que podia reatar um relacionamento com o agricultor desde que ele desse a ela dinheiro.
Novo tribunal do Júri
Na próxima quarta-feira (24 de janeiro), de acordo com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), serão julgados os dois envolvidos que teriam executado o plano criminoso sob as ordens do agricultor.
Durante esse tempo em que está preso, a defesa de Nelvir entrou com pedido de Habeas Corpus, alegando constrangimento ilegal por excesso de prazo da instrução. O pedido foi negado pela Justiça. O processo tramita em segredo de justiça.
Errata: A informação sobre a sessão de julgamento de dois envolvidos no crime foi publicada pelo Tribunal de Justiça do Estado, e não pelo Ministério Público conforme anteriomente noticiado. O texto foi corrigido em 22/01 às 09h25.