Santa Catarina registrou 19 mortes por afogamento entre os dias 16 e 31 de dezembro. Os dados são daOperação Veraneio, do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC).
O número se iguala ao registrado no mesmo período de 2022, com uma diferença: em 2023, ocorreram mais afogamentos em áreas privadas, como piscinas.
Número de afogamentos nos últimos anos
- Temporada 2023/24: 6 em área privada, 7 em água salgada, 6 em água doce (total de 19)
- Temporada 2022/23: 2 em área privada, 8 em água salgada, 9 em água doce (total de 19)
A média de idade das vítimas é de 27 anos, e a maioria é homem, segundo o CBMSC, considerando as vítimas de afogamentos em água doce e salgada, excluindo áreas privativas.
Desaparecimentos de crianças aumentou
Ainda conforme o CBMSC, esta temporada teve um aumento no número de crianças perdidas em praias. Foram 658 em 2023, 25% a mais do que o registrado em 2022. A corporação alerta para que pais e responsáveis não deixem crianças sozinhas nas praias.
O aumento de casos de afogamento de crianças em piscinas também acende um alerta em Santa Catarina. Na semana passada, um bebê de um ano e oito meses morreu após ser resgatado de helicóptero, no Norte de Florianópolis, por se afogar em uma piscina. No mesmo dia, em São Francisco do Sul, um menino de 3 anos foi salvo por policiais pelo mesmo motivo.
Ao contrário do que muitos pensam, crianças se afogando não acenam ou gritam por socorro, e parecem muitas vezes que estão brincando na água.
“Se a criança tiver uma parada respiratória por mais de 7 minutos, ela pode ter sequelas neurológicas graves, ou ir a óbito — alerta Roberto Morais, médico pediatra e coordenador da emergência do Hospital Infantil Joana de Gusmão.
“AFOGAMENTOS EM ÁGUA DOCE SÃO MAIS FREQUENTES DO QUE IMAGINAMOS”, DESTACA CBMSC
Em Santa Catarina, na última temporada, 20 pessoas perderam a vida vítimas de afogamento em água doce. Este ano, de acordo com o Boletim de Operação Veraneio, foram registrados 06 óbitos por afogamento nesses espaços.
Entre os adultos, os homens são as maiores vítimas. Alguns dos fatores são o excesso de confiança em sua aptidão física, ignorar os perigos da correnteza local ou fazer o uso de bebida alcoólica antes de banhar-se.
Com crianças, independente do tipo de ambiente aquático, os cuidados devem ser redobrados pois para eles um afogamento leve de poucos segundos pode deixar sequelas. Por isso é fundamental que toda criança esteja acompanhada por um adulto, mesmo em áreas com monitoramento por guarda-vidas. A utilização de colete salva-vidas também é indispensável.
Dicas para evitar acidentes
- Não superestime sua capacidade de nadar. Avalie as consequências de um possível incidente;
- Prefira banhar-se em locais rasos e sem correnteza;
- Evite banhar-se sozinho – vá com amigos e familiares e/ou procure um local de banho conhecido, com outras pessoas e, se possível, com guarda-vida;
- Sempre avise o local que está indo para um parente e a hora programada para retorno;
- Adultos também podem usar coletes salva-vidas;
- Não nade após refeições;
- Antes de mergulhar, certifique-se da profundidade. Um acidente pode provocar sequelas irreversíveis;
- Se houver monitoramento de guarda-vidas, acate as orientações e atente-se às sinalizações.
Como reagir em caso de acidente
Caso você esteja em um princípio de afogamento, mantenha-se calmo e tente flutuar, colocando a barriga para cima. Desta forma, o rosto ficará fora d’água e os braços livres, permitindo que você chame por socorro. Caso haja correnteza, não tente lutar contra ela; deixe-se levar com as pernas voltadas para o mesmo sentido do rio (protegendo a sua cabeça) e use os braços como leme para se aproximar aos poucos da margem.
Também existe a possibilidade de você presenciar um afogamento na sua frente; nesse caso, é muito importante que você não entre na água para fazer o salvamento se não estiver habilitado para isso – você pode se tornar mais uma vítima. Lance algum objeto que a ajude a flutuar e acione os guarda-vidas ou os bombeiros através do número 193.