Ronnie Lessa entrega nome de quem o contratou para matar Marielle Franco
O ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 2018, fechou um acordo de delação premiada, já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O caso está sendo conduzido na Corte pelo ministro Alexandre de Moraes.
O caso foi parar no Supremo pois há suspeita de envolvimento de parlamentar do Congresso Nacional.
Na delação, Lessa contou o que mais se buscava dele: quem o contratou para executar o assassinato de Marielle. Além de entregar os mandantes e as circunstâncias da morte da vereadora, o ex-PM deu detalhes de reuniões que manteve com quem o contratou, antes e depois dos homicídios.
Assim, Lessa forneceu uma série de indícios, circunstâncias e provas não apenas do seu envolvimento na execução do duplo assassinato, mas sobretudo sobre quem estava por trás da encomenda das mortes.
E por que os mandantes desejavam matar de Marielle Franco.
O processo segue em segredo de justiça. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, diz acreditar que, em breve, o caso terá resultados concretos. “Traz elementos importantíssimos, que nos levam a crer que a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco está próximo”.
Ontem (18), o gabinete do ministro realizou uma audiência com Ronnie Lessa e confirmou que a delação foi assinada de maneira voluntária.
Com a homologação, o inquérito será devolvido à Polícia Federal para continuidade das investigações.
Em outro processo sobre a investigação, o policial militar reformado Ronnie Lessa deve ser levado a júri popular. Ele foi o autor dos disparos. Lessa está preso desde 2019, pelo crime, e foi expulso da PM no ano passado.
Quem é Ronnie Lessa
Ronnie Lessa era policial militar do Rio de Janeiro. Foi expulso da corporação em razão das investigações do caso Marielle.
Ele foi preso em março de 2019. Na delação de outro acusado de ser executor do crime, Élcio de Queiroz, Lessa é apontado como autor dos disparos.
Em 2021, Lessa foi condenado a 4 anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime — pena aumentada depois para 5 anos. O Ministério Público afirma que ele jogou as armas no mar da Barra da Tijuca.
Antes de atuar na PM, Lessa passou pelo Exército. Em 1992, como policial militar, trabalho como adido na Polícia Civil do Rio.
A partir dessa época, segundo investigadores, Lessa impulsionou sua carreira criminosa. Como muitos agentes na mesma situação, conhecia mais as ruas que os policiais civis. Destacou-se pela agilidade e pela coragem na resolução dos casos.
Nos bastidores da polícia, o comentário é que essa fama chamou a atenção do contraventor Rogério Andrade, que travava uma disputa com o também contraventor Fernando Iggnácio de Miranda, e teria feito contato com Lessa.