A Polícia Civil de São Paulo afirmou que as vítimas do acidente com o avião em Vinhedo, no interior de São Paulo, morreram por politraumatismo. O reconhecimento dos corpos ainda não tem prazo para terminar.
Politraumatismo é quando ocorrem múltiplas lesões graves no corpo, em duas ou mais regiões diferentes, sendo mais comuns fraturas ósseas, hemorragias ou lesões na coluna ou cerebrais, por exemplo. As causas do politraumatismo, geralmente, são devido a fortes impactos.
“Hoje, nós temos a convicção de que todos morreram de politraumatismo. É uma a certeza científica, a aeronave despencou de uma altura de 4 mil metros e ao atingir o solo o choque foi muito grande e todos eles sofreram politraumatismo“, diz Vladmir Alves dos Reis, diretor do IML.
Segundo Reis, as queimaduras foram secundárias. “As queimaduras que terminaram com a carbonização de alguns corpos foram secundárias ao politraumatismo.”
Causas
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.
O acúmulo de gelo foi uma das hipóteses levantadas por especialistas. O manual do ATR-72-500 (modelo do avião) aponta risco de perda de sustentação e giro sob condição de gelo severo.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já extraiu todo o conteúdo das duas caixas-pretas da aeronave e prevê divulgar em 30 dias relatório preliminar sobre as causas da queda.
Veja, abaixo, da decolagem à queda, a cronologia do acidente da Voepass:
- A velocidade dessa queda foi de 440 km/h.
- A aeronave decolou às 11h56 e o voo seguiu tranquilo até 13h20.
- O avião subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude, segundo a plataforma Flightradar.
- Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca.
- De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.
- Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.
O avião tinha 14 anos de fabricação e era de um modelo conhecido no mundo da aviação por sua capacidade de operar em aeroportos de pista curta e de difícil acesso no Brasil e em outras partes do mundo, especialmente na Ásia, onde houve outros acidentes.
Ficha técnica do ATR-72-500 (segundo a fabricante):
- Autonomia de voo: 1.324 km
- Número de assentos: 74
- Velocidade de cruzeiro: 511 km/h
- Comprimento: 27 metros
- Envergadura: 27 metros
- Altura: 7,65 metros