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É no Brasil: político vai receber pensão vitalícia após ter governado por 33 dias

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Feltrin governou Mato Grosso por 33 dias em 1991 e vai receber pensão de R$ 33 mil/mês, valor maior do que recebe o atual governador do estado.

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CNN – O ex-governador de Mato Grosso, Moisés Feltrin, de 82 anos, vai receber uma pensão vitalícia por ter comandado o estado por 33 dias em 1991. A decisão foi dos ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Hoje, o salário do atual governador de Mato Grosso é de R$ 30.862,79. Feltrin vai receber R$ 33 mil.

Por que ele foi governador?

Feltrin assumiu o governo em 10 de fevereiro de 1991 porque o governador Carlos Bezerra renunciou ao cargo para disputar uma vaga de senador. Ao mesmo tempo, o vice entrou em licença médica.

Por estar na presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso na ocasião, Moisés Feltrin ficou com o cargo, já que era o próximo na linha de sucessão.

Após pouco mais de um mês, em 15 de março de 1991, acabou o mandato de Feltrin com a posse de Jayme Campos, eleito no pleito de 1990.

Entenda a decisão

No Brasil, alguns governadores recebem pensão após deixarem o cargo devido a leis estaduais que garantem essa remuneração como uma forma de reconhecimento pelo serviço público.

Em muitos estados, como em Mato Grosso, essa pensão é equivalente ao salário do governador ativo.

Em 2018, o STF havia decidido suspender o pagamento da pensão, mas Feltrin apresentou um recurso contra. O relator, ministro Edson Fachin, votou por rejeitá-lo, mas sua posição foi derrotada. Gilmar Mendes votou a favor do recurso e foi seguido pelos ministros Dias Toffoli, André Mendonça e Kassio Nunes Marques.

Mendes argumentou que a pensão não seria um “privilégio odioso”, mas um “benefício de caráter alimentar recebido há anos por indivíduo que, tendo confiado na legislação e na administração, já não mais tem condições de suprir, em razão da avançada idade, suas necessidades no mercado de trabalho”.

De acordo com o advogado de Feltrin, Artur Osti, o ex-governador recebeu aproximadamente R$ 13 mil por 21 anos. Agora, ele passa a receber R$ 33 mil.

Na decisão, a Corte Eleitoral também determinou o pagamento retroativo referentes aos anos nos quais a pensão foi suspensa.