O Prêmio Nobel da Paz de 2024 foi atribuído à Nihon Hidankyo, uma organização japonesa composta por sobreviventes das bombas atômicas lançadas há 79 anos pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki. Essa foi a única vez em que armas nucleares foram usadas durante guerras e conflitos no mundo.
O comitê do Nobel disse que a decisão foi “um lembrete ao mundo atual de que essas armas não devem ser usadas nunca mais”.
A premiação reconhece os esforços da entidade para alcançar um mundo livre de armas nucleares e sua luta incansável pela abolição desse tipo de armamento.
O comitê destacou o papel dos sobreviventes, conhecidos como hibakusha, que têm compartilhado suas experiências ao longo das décadas para alertar sobre os horrores e as consequências catastróficas do uso de armas atômicas.
Aumento do risco de guerra nuclear
Líderes agraciados com o Prêmio Nobel aproveitaram a ocasião para alertar que o risco de uma guerra nuclear está em crescimento. Em um discurso feito em Tóquio neste sábado (12), Shigemitsu Tanaka, co-diretor da organização e sobrevivente do bombardeio de Nagasaki, expressou profunda preocupação com a atual situação geopolítica.
“A situação internacional está piorando progressivamente, e agora guerras estão sendo travadas enquanto países ameaçam o uso de armas nucleares”, afirmou, ressaltando que a humanidade caminha para a autodestruição se não houver um esforço global pela abolição nuclear.
Tensões globais aumentam com ameaças nucleares
Recentemente, o presidente russo, Vladimir Putin, indicou que Moscou poderia considerar o uso de armamento nuclear caso os Estados Unidos e seus aliados permitissem que a Ucrânia atacasse em profundidade o território russo com mísseis ocidentais de longo alcance.
A ameaça de um conflito nuclear torna ainda mais urgente o trabalho da Nihon Hidankyo e o apelo global pela abolição dessas armas, refletido na decisão do Comitê Nobel.