Agência Brasil – A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou uma notícia de fato à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando providências contra o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES).
Durante sessão da Comissão de Segurança Pública, na Câmara dos Deputados, o parlamentar desejou a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A declaração foi feita ao comentar a ausência de provas acerca dos planos de assassinatos de Lula, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em 2022. O plano foi descrito em denúncia oferecida pela PGR contra acusados de tentativa de golpe de Estado, em fevereiro deste ano.
“Por mim, eu quero mais é que o Lula morra! Eu quero que ele vá para o quinto dos infernos! É um direito meu. Não vou dizer que vou matar o cara, mas quero que ele morra! Quero que vá para o quinto dos infernos, porque nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer… tomara que tenha um ataque cardíaco. Porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando nosso país. E eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer desarmar cidadão de bem? Que ele ande com seus seguranças desarmados”, disse o deputado durante sessão.
A declaração ocorreu durante sessão que discutia um projeto de lei que propõe desarmar a segurança pessoal do presidente Lula. Gilvan da Federal é relator do texto na Comissão de Segurança.
A proposta foi aprovada, mas ainda precisa passar por outras duas comissões na Câmara antes de ir para análise do Senado.
Gilvan é policial federal licenciado. Ele foi eleito deputado federal em 2022. Antes, foi vereador de Vitória, no Espírito Santo.
O próprio deputado compartilhou o discurso em um post no X: “Quem é parceiro do crime não merece respeito. Fora Lula. Anistia já!”.
É preciso apurar, segundo a AGU, se as declarações “excedem ou não os limites da imunidade parlamentar”.
A AGU também determinou a imediata instauração de procedimento administrativo interno para apurar o fato, ressaltando que as providências adotadas “visam à salvaguarda da integridade das instituições republicanas e do Estado Democrático de Direito”.