Sargento do Exército mata esposa e filha de um ano no Dia dos Pais no litoral de SP
Uma tragédia marcou o Dia dos Pais na madrugada deste domingo (10), no Morro Nova Cintra, em Santos, litoral de São paulo.
Um terceiro-sargento do Exército, identificado como Pedro Henrique Martins dos Santos, de 24 anos, matou a companheira, Gabrielly Simões Silva, de 21, e a filha do casal, a bebê Jade Caroline Simões Martins, de apenas um ano. Após o crime, ele tirou a própria vida.
A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência na residência da família.
No quarto, os agentes encontraram uma cena devastadora: o sargento estava sentado na cama, sem vida, com um ferimento no pescoço. Ao seu lado, também sem vida, estavam Gabrielly e a pequena Jade, abraçadas.
Ao lado do corpo do militar foi encontrada uma pistola calibre 9 mm, de uso restrito, registrada em seu nome. Segundo testemunhas, Pedro portava a arma em decorrência de sua função nas Forças Armadas. Ele atuava no Forte dos Andradas, em Guarujá, no setor de artilharia antiaérea.
Histórico de violência e relacionamento conturbado
A investigação inicial aponta para um histórico de conflitos. De acordo com o boletim de ocorrência, Gabrielly já havia registrado denúncias contra o companheiro.
Em 2023, ela procurou a polícia para relatar crimes de lesão corporal e ameaça, no contexto de violência doméstica. No mesmo ano, há um registro de uma tentativa de suicídio por parte de Gabrielly, que na ocasião teria sido motivada por uma desilusão amorosa após um término com Pedro.
Familiares do sargento confirmaram que a relação do casal era “complicada”, marcada por separações e reconciliações.
“A gente sempre aconselhava ele, inclusive para terminar o relacionamento. […] Mas aí a bebê nasceu, acho que tentaram formar uma família, mas não é fácil. Havia dificuldade dos dois lados e aconteceu essa tragédia que acabou com os nossos corações”, lamentou uma tia do militar.
Segundo relatos, Pedro Henrique estava com as malas prontas para uma missão de trabalho em Brasília, com viagem marcada para esta segunda-feira (11).
Investigação e posição oficial
O caso foi registrado como feminicídio seguido de suicídio pela Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos. A arma foi apreendida e será periciada.
A Polícia Civil aguarda os resultados dos exames necroscópicos das vítimas e da análise da cena do crime para determinar a dinâmica exata das mortes, incluindo a ordem dos disparos.
Em nota oficial, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) lamentou profundamente as mortes e informou que, por não se tratar de um crime de natureza militar, a apuração completa do caso ficará a cargo da Polícia Civil.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou a apreensão da arma e a solicitação de exames periciais ao Instituto de Criminalística e ao IML para o total esclarecimento dos fatos.