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‘Implorei a Deus’: Jovem que perdeu a mão em ataque de ex-namorado relata drama

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Kessya Souza, que perdeu a mão no ataque, agradeceu nas redes sociais os “dois heróis” que a defenderam em Rio Negrinho.

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Um crime ocorrido na tarde de 24 de outubro na cidade de Rio Negrinho chamou a atenção pela forma violenta. Um homem de 23 anos foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por supostamente ter cometido uma tentativa de feminicídio e duas de homicídio, qualificadas por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas.

Ele teria atacado brutalmente a ex-namorada, Kessya Souza de 18 anos, e outras duas pessoas que tentaram defendê-la em um estabelecimento comercial.  

Na denúncia, a Promotoria de Justiça requer que o acusado seja julgado pelo Tribunal do Júri e que, em caso de condenação, seja fixado o valor mínimo de reparação de R$ 100 mil para cada vítima. A denúncia já foi recebida pela 2ª Vara Criminal.  

O homem está preso preventivamente na Penitenciária Industrial de São Bento do Sul.

‘Tento ser forte todos os dias’

Conforme descreve a ação penal pública, o homem teria invadido um supermercado no bairro São Rafael armado com um facão e duas facas. Seu alvo principal seria a jovem, sua ex-companheira, que trabalhava no local.  

Consta na instrução processual que o réu, inconformado com o término do relacionamento, teria desferido golpes repetidos contra a jovem, atingindo cabeça, pescoço e membros superiores.  

Na peça acusatória, o MPSC aponta que duas pessoas que tentaram impedir o agressor de alcançar a ex-namorada também teriam sido atingidas. Ambas sobreviveram após serem socorridas.  

Kessya Souza, a jovem que teve a mão esquerda amputada ao ser atacada pelo ex-namorado fez um desabafo nas redes sociais após receber alta do hospital. Em uma publicação nas redes sociais, ela falou sobre os momentos na unidade de saúde e a preocupação com a família.

“Tento ser forte todos os dias, para não deixá-los desmoronar [os pais]. Mesmo que doa por dentro, eu evito demonstrar fraqueza”, escreveu a jovem no domingo (2).

Na publicação, a jovem lembrou que viveu os piores momentos da vida no hospital e contou como soube que precisaria amputar a mão.

Minha mão estava enfaixada com um torniquete. Quando o doutor viu o ferimento, ele me disse: ‘Não há solução. Sua mão está presa por uma lasquinha, vai precisar ser amputada’. Naquela hora, implorei a Deus: ‘Senhor, por favor, me deixa com a minha mão!’ Mas, no final, entendi que eu nunca mais a teria”, escreveu.

Além dela, o agressor feriu duas pessoas que tentaram proteger a vítima. A gerente do local, de 32 anos, foi atingida no rosto, enquanto outro funcionário, de 19 anos, sofreu ferimentos na nuca e nos braços. Ao falar do crime, a jovem também agradeceu os colegas:

“Hoje, só penso em Deus e em agradecer por ainda estar aqui. E por duas pessoas que foram fundamentais: Jhenyfer e Felipe, meus dois heróis, que enfrentaram a morte para me defender”, afirmou.

Para a Promotora de Justiça Saraah Seben Fiamoncini, autora da ação, “a vítima só não morreu graças à intervenção de populares e ao rápido socorro”.  

Ela enfatizou que “estamos diante de um crime bárbaro, praticado com meio cruel, por motivo fútil e com evidente intenção homicida. A sociedade não pode tolerar tamanha violência, especialmente contra mulheres, em contexto de feminicídio”.  

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