Na manhã desta quarta-feira (5) —Dia do Meio Ambiente —o Governo do Município de Canoinhas promoveu seminário com assunto importante para o futuro de todos os canoinhenses: a possibilidade de exploração do xisto em Canoinhas.
Desde o ano passado o Governo Federal vem promovendo leilões públicos permanentes para empresas nacionais ou estrangeiras explorarem áreas potencialmente ricas em fósseis que podem ser transformados em petróleo.
Para que haja a exploração os imóveis podem ser desapropriados. Em Papanduva, a mineradora já está entrando nas propriedades para fazer estudo.
Suelita explica que em outubro acontece o início das negociações entre o Governo Federal, a Agência Nacional do Petróleo e as mineradoras interessadas em adquirir os blocos que serão leiloados em oferta permanente – inclusive o que Canoinhas faz parte.
Durante o evento, o prefeito de Canoinhas se posicionou contrário à exploração do minério. “—A nossa água é muito mais valiosa do que petróleo. É a nossa saúde que está em jogo”, declarou Beto Passos.
Secretário do Meio Ambiente, Hilário Kath, também corroborou a fala do prefeito: “—nós dizemos não à exploração do xisto em nosso Município e na região”.
A agricultora e ativista do Coalizão Não Fracking Brasil (COESUS), Suelita Röcker, palestrou sobre o assunto. Foto: Moisés Gonçalves |
Exploração em Canoinhas
Dois tipos de exploração do xisto podem acontecer em Canoinhas: o fracking e o convencional. O fracking é o que causa maiores impactos ambientais de acordo com Suelita.
O método Fracking é o que causa maiores impactos ambientais. |
Por meio da tubulação instalada nessas perfurações, é injetada uma grande quantidade de água em conjunto com solventes químicos comprimidos – alguns até mesmo com potencial cancerígeno.
As considerações da palestrante têm como base a exploração do gás na Argentina onde ela visitou áreas exploradas.
Riscos ambientais
Além da desapropriação de imóveis, os principais impactos aos canoinhenses são ambientais: entre os danos alertados no seminário estão a contaminação da água e do solo, riscos de explosão com a liberação de gás metano, consumo excessivo de água para provocar o fracionamento da rocha, além do uso de substâncias químicas para favorecer a exploração.
A exploração do gás do xisto é motivo de controvérsia em todo o mundo. O método é proibido na França e na Bulgária.